O Brasil tem times campeão disso e daquilo, inclusive o que já foi recorrente campeão da simpatia, mas, embora tropical, conta com um que ostenta o título de campeão do gelo.
Depois do comentário, o professor Afronsius lançou o desafio: quem é o brasileiro campeão do gelo?
Natureza Morta, no dedo de prosa com o vizinho de cerca (viva), não soube responder. Beronha, nosso anti-herói de plantão, quis saber se foi de algum campeonato de patinação no gelo.
O craque Zé do Monte
Afinal, qual foi o primeiro time profissional brasileiro – atenção, profissional – a pegar o caminho da Europa? Acertou quem respondeu Clube Atético Mineiro.
O Galo, em 1950, fez uma excursão vitoriosa. Derrotou times de porte como o Hamburgo, Schalke 04 e Munique 1860. Contava com excelentes jogadores, apesar de alguns nomes, caso de Zé do Monte e Kafunga.
Conta o historiador André Carazza dos Santos, autor de “A Copa do Mundo no Brasil: Belo Horizonte e o Ideal de Cidade Almejado para Encantar os Estrangeiros”, de 2005, que, na época, as excursões eram frequentes. O futebol brasileiro saía atrás de lucro e experiência com o intercâmbio.
Abaixo de zero
Na Europa, o Galo pegou pela frente inverno rigoroso, com temperaturas abaixo de zero. Daí o registro de campeão do gelo, feito por Vicente Motta, no hino oficial do clube:
– Nós somos/Do Clube Atlético Mineiro/Jogamos com muita raça e amor/Vibramos com alegria nas vitórias/Clube Atlético Mineiro/Galo Forte Vingador.
Vencer, vencer, vencer/Este é o nosso ideal/Honramos o nome de Minas/No cenário esportivo mundial.
Lutar, lutar, lutar/pelos gramados do mundo pra vencer/Clube Atlético Mineiro/Uma vez, até morrer.
Nós somos campeões do gelo/O nosso time é imortal/Nós somos campeões dos Campeões/Somos o orgulho do Esporte Nacional.
Lutar, lutar, lutar/Com toda nossa raça pra vencer/Clube Atlético Mineiro/Uma vez até morrer.
O hino, encomendado ao compositor Vicente Motta, é de 1969. Segundo o site do clube, em 1976, em Nápoles, houve um concurso mundial de hinos de clubes de futebol e o do Galo foi o vencedor.
Beronha, nosso anti-herói de plantão, aproveitou para citar o hino do Grêmio Porto-Alegrense, letra e música de Lupicínio Rodrigues, marcante principalmente pelo “até a pé nos iremos/com o Grêmio onde o Grêmio estiver”.
– A pé, até mesmo no gelo? – provocou, mal conseguindo disfarçar a ligeira queda pelo Inter.
– Que tal um torneio interclubes na Antártida?
ENQUANTO ISSO…
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