Palavras cruzadas – uma paixão que brotou há muito tempo (em jornal, as primeiras foram publicadas em 1913, pelo New York Times) e continua dando nó na cabeça de muita gente. Nó na cabeça? Um saudável nó na cabeça. Basta ver que, semana passada, no Luzitano com Z, um cabôco debruçado sobre um jornal viu-se forçado a pedir ajuda:
– Ceci e Peri. Nome de romance de José de Alencar, 8 letras.
Prontamente, alguém devolveu: O Guarani.
Publicado originalmente como folhetim, de janeiro a abril de 1957, transformou-se em livro naquele mesmo ano. Uma história de amor envolvendo o índio Peri, da tribo Aimoré, e Ceci (Cecília), filha de D. Antônio e Lauriana.
Do papel para a ópera
Zé de Alencar, para os mais próximos, foi também dramaturgo, jornalista, advogado e político. Tornou-se uma das maiores expressões da corrente literária indianista. O Guarani levou Carlos Gomes a compor uma ópera com o mesmo nome. E, escolhido por Machado de Assis, Alencar virou o patrono da Cadeira 23 da Academia Brasileira de Letras.
José de Alencar (1829-1877) nasceu em Mecejana, Ceará. Filho de José Martiniano de Alencar, senador do Império, e de Ana Josefina, seguiu com a família para o Rio de Janeiro em 1838. Escreveu seu primeiro romance, Os Contrabandistas, em 1847.
Eleito deputado pelo Ceará em 1861, pelo partido Conservador, foi reeleito por quatro legislaturas. Nesse período, a partir de uma lenda, escreve o livro Iracema.
Segundo Machado de Assis, era “o chefe da literatura nacional”. José de Alencar morreu aos 48 anos, no Rio, vitima de tuberculose.
ENQUANTO ISSO…