Embora crime (denunciemos, portanto), a pichação em Curitiba não perdoa nem obras de arte, caso de prédios históricos, como o Belvedere, da Praça João Cândido.
Ao ler matéria da Gazeta do Povo, professor Afronsius subiu mais alguns pontos em sua escala de indignação. Afinal, como diz a reportagem, “não é possível passar uma simples demão de tinta”. A limpeza de monumentos custa caro e exige cuidados especiais. Alguém paga a conta e vê o patrimônio público vilipendiado.
O mirante e sua história
Construído em 1915, em estilo art-nouveau, o Belvedere abrigou em 1922 a primeira emissora de rádio do Paraná – a PRB-2. Em 1931, tornou-se observatório astronômico e meteorológico e, a partir de 1962, virou sede da União Cívica Feminina.
Aproveitando, Natureza Morta lembrou que belvedere, em francês, significa um tipo de mirante construído em terraços situados em locais altos.
Como não se trata de manifestação isolada, restrita a alguns aglomerados humanos, a pichação é fonte de dor de cabeça até nas pirâmides do Egito. Anos atrás, o governo decidiu controlar o acesso de turistas e proibir que portassem determinadas coisas, como chiclete.
– O que havia de goma de mascar afixada nas pirâmides era uma loucura, sem falar dos recados para a posteridade, tipo “fulano de tal esteve aqui”, gravados a canivete.
Em Nova Iorque, o problema atingiu tal gravidade que a polícia viu-se obrigada a criar um esquadrão específico só para combater a ação dos pichadores.
Guerra sem fim
Parte da população de Curitiba tem feito a sua parte, denunciando pichações (disque 153, Guarda Municipal). Nos primeiros cinco meses do ano, foram registrados 1.182 casos de ataques a imóveis públicos e particulares. O número quatro vezes maior do que a média dos anos anteriores. As denúncias resultaram em 177 detenções em flagrante.
Parceria entre a Associação Comercial do Paraná (ACP) e a Prefeitura de Curitiba, a campanha “Pichação é Crime: Denuncie”, ajuda a conscientizar a população e desencadeia ações de combate à pichação.
O que tem funcionado também é um apelo em cartazes encontrados principalmente em extensos muros: A cada mês sem pichação, uma quantia X de dinheiro é repassada como doação a instituições de caridade e hospitais públicos.
ENQUANTO ISSO…