A morte de Ernest Borgnine, 95 anos, em Los Angeles, levou o professor Afronsius e Natureza Morta a comentar alguns filmes do ator que, no início, estaria fadado a ficar em segundo plano.
Mas, com aquela cara de meter medo, físico de boxeador e comportamento rude, tornou-se um dos grandes do cinema.
Em 1953, por exemplo, interpretou o sargentão barra pesada Fatso Judson, em “A Um Passo da Eternidade”, o que lhe abriu caminho para o Oscar, que viria dois anos depois, com “Marty”, dirigido por Delbert Mann, ganhador da estatueta de diretor pelo mesmo trabalho.
Conversa vai, conversa vem, Natureza disse nunca esqueceu de uma cena, na qual Borgnine comemora, feliz da vida, a notícia de que vai ser pai. Aí, cai em profundo silêncio, para indagar, depois, apavorado:
– Mas se a criança nascer com a minha cara?
Realmente, era muito feio.
– Qual era mesmo o filme?
– Não lembro do título. Mas a cena…
Lições que deixou
Borgnine participou de “Os Doze Condenados” (1967), “Meu Ódio Será Sua Herança” (1969), “Vamos Fazer a Guerra?” (1970), “O Imperador do Norte” (1973), “O Destino do Poseidon” (1972), “Fuga de Nova Iorque” (1981) e “Blueberry – Desejo de Vingança” (2004).
Marcou presença também em séries de TV, caso de “Marujos Muito Loucos” e “Águia de Fogo” (1984/1986).
Mais recentemente, deu voz ao Homem Sereia, no desenho “Bob Esponja Calça Quadrada”.
Em 2007, entrevistado pela AFP em 2007, Borgnine deu alguns conselhos aos jovens que pretendem virar atores:
– Consigam um trabalho de verdade antes de tentar seguir uma carreira de ator.
– Aprendam sobre a vida e depois aprendam sobre seu ofício.
– Não usem óculos escuros na tela para parecerem legais. Os olhos são o melhor recurso de um ator.
De fato. O homem com cara de mau sabia das coisas. Dentro e fora das telas.
ENQUANTO ISSO…
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