Longe de ter algum interesse no(s) assunto(s), mas, espremido no ônibus, o cabôco é forçado a ouvir compulsoriamente as coisas mais disparatadas. Dias desses, a bordo do busão Santa Cândida-Capão Raso, professor Afronsius foi obrigado a ouvir o seguinte comentário de uma passageira, um primor:
– Bom mesmo era no tempo da ditadura militar. A gente em casa podia dormir com a porta aberta. Não havia ladrão.
Na falta de uma providencial campainha, professor Afronsius viu-se forçado a aguardar a primeira parada numa estação-tubo. E tratou de completar a viagem a pé.
– Primeiro porque a ditadura não foi militar, mas sim ditadura civil-militar, como bem demonstrou Beatriz Kushnir, mestre em História Social pela Universidade Federal Fluminense e doutora em História Social do Trabalho pela Unicamp, autora de Cães de Guarda – jornalistas e censores, do AI-5 à Constituição de 1988, Fapesp/Boitempo Editorial, 2004.
Ainda sobre o bombardeio de conversas alheias, Beronha aproveitou para contar que ficou sabendo da última em matéria de moda masculina: pulseiras. Isso mesmo. E com a inquestionável garantia de um fabricante:
– 30 pulseiras que darão um upgrade no seu pulso.
Depois de perguntar o que vem a ser upgrade, não deixou por menos:
– Pulso? Ótimo. Mas existe upgrade para o bolso? A minha carteira anda vazia faz tempo…
Natureza Morta, por sua vez, aconselhou prontamente um crowdfunding, mas o nosso anti-herói de plantão continuou boiando.
ENQUANTO ISSO…
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