Que a capital paranaense cresceu assustadoramente, pra cima e para os lados, não resta nenhuma dúvida. E conta ainda com a conurbação…
– Conurbação? Olha o palavrão, que falta de respeito! – interveio um subitamente iracundo Beronha.
Depois de explicar que conurbação nada mais é do que “o conjunto formado por uma cidade e seus subúrbios, ou por cidades reunidas que constituem uma sequência, sem, contudo, se confundirem”, professor Afronsius contou que, em sua mais recente e temerária incursão ao centro e bairros de Curitiba, presenciou coisas inesperadas:
– Terça-feira, logo pela manhã, Juvevê. Na Rua Augusto Severo, mão única, um carro chega à Avenida João Gualberto e entra à esquerda. Nada demais, não fosse o fato de que o motorista pegou a pista central, aquela exclusiva dos biarticulados. Quando o cabôco percebeu a mancada, deu uma ré de meia quadra. Felizmente, o tráfego de veículos era reduzido naquele momento, caso contrário…
Alerta do caixa eletrônico
Mais para frente em sua caminhada, numa agência bancária, um cliente esqueceu o cartão (inserido) no caixa eletrônico, que passou a apitar feito doido. Os poucos clientes foram saindo de fininho (a turma do “não me comprometa, não quero me envolver em nada”), até que um outro cliente, ao entrar, tratou de bater na vidraça e avisar os seguranças (atrás da porta giratória), fazendo sinais. Feito isso, retirou o cartão e entregou a eles pela portinhola dos objetos metálicos.
– Obrigado, cidadão! – agradeceu um dos guardas.
Mais adiante ainda, observou outro cidadão que acabara de tomar um refrigerante e carregava a latinha. Por duas quadras, até encontrar uma lixeira, onde fez o devido descarte.
Repasto para o Totó
Já de volta à Vila Piroquinha, depois do meio-dia, nova surpresa à espera do professor Afronsius: um vizinho de cerca, depois do tradicional bom dia, perguntava ao outro se havia restos de comida.
Era para Totó, o seu cachorro, de coleira com uma corda amarrada junto à casinha, no fundo do quintal. Esse Totó ainda não foi guindado à condição de pet. Mas passa bem, obrigado.
De repente, não mais que de repente, eis que passa por ele um sujeito espadaúdo, com uma camiseta de cores berrantes, lembrando um salva-vidas. No peito, a inscrição “Salvo as lindas”, o que lhe chamou a atenção. Simulou que iria acender um cigarro, parou e, rabo de olho, observou a outra mensagem, nas costas: “Afogo as feias”.
Tudo é possível.
ENQUANTO ISSO…