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Sobre o Dia do Tropeiro de Curitiba, 18 deste mês, no Largo da Ordem, vale lembrar que, entre outros, o surgimento da Lapa está atrelado a esses desbravadores. No início do século XVIII, registram os historiadores, “os Campos Gerais e Curitiba passaram a ser ocupados com a instalação de fazendas para criatórios e invernagem de gado”.

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Com a abertura do Caminho dos Conventos, em 1733, “estabeleceu-se a passagem de muitas tropas vindas do Sul e várias pessoas se fixaram nestas passagens com o intuito de trabalhar de alguma forma na nova atividade. Com o passar do tempo novas atividades econômicas surgiram no local, como os criatórios de gado lanígero, engenhos de soque de erva mate, produção de milho, feijão e fumo”.

Finalmente, no dia 7 de março de 1872, o povoado foi desmembrado de Curitiba e emancipado como município e cidade com a denominação de Lapa.

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A linguagem tropeira

Aproveitando o embalo, professor Afronsius, na garupa das pesquisas do historiador Carlos Soleira, fez uma breve incursão ao dicionário dos tropeiros:

Açoiteira: ponta de rédea com a qual o peão açoita o muar.

Apear: descer do animal.

Arção: peça arqueada do arreio.

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Tropeiro: dono da tropa e líder da comitiva.

Arribador: o encarregado de conter a tropa e trazer de volta um animal desgarrado.

Madrinheiro: viajava na frente, conduzindo a égua madrinha, que era responsável pelo ritmo da caminhada.

Cozinheiro comitiveiro: ia na frente para preparar o fogo e a comida à espera da tropa.

Baio: pelagem do cavalo ou burro que se caracteriza pela cor amarela dos pelos.

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Barbela: cordel que prende o chapéu ao queixo.

Barbicacho: embocadura de correia de couro macio, que circunda os dentes incisivos inferiores num espaço chamado barra e a mandíbula dos cavalos e burros.

Berrante: espécie de buzina, feito com um ou mais chifres, acoplados, utilizado para “chamar” a boiada.

Bicheira: ferida dos animais.

Braça: antiga unidade de comprimento equivalente a 2,2 m.

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Bragado: animal com manchas brancas na barriga e nas pernas.

Bridão: embocadura para animais constando de duas peças de ferro articuladas, menos enérgico que freio.

Bruaca: meia de couro cru, para transporte de utensílios de uma comitiva.

Cabeçada: peça de couro dos arreios que se passa pela cabeça dos animais, completada pelo freio ou bridão e rédeas.

– Canecão: cincerro maior do peitoral da mula que transporta a carga.

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Cargueiro: burro ou mula com cangalha, um par de bruacas e utensílios.

Carona: manta de couro que se coloca sob o arreio.

Coxonilho: manta de tecido de algodão ou estopa guarnecida por retalhos de várias cores, que substitui o pelego.

Embornal: saco duplo de pano com alça.

Enervar: esticar o couro com taquara.

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Guaiaca: cinto largo de couro, dotado de bolsas para guardar dinheiro, relógio e uma espécie de coldre para arma.

Guampa: chifre trabalhado para servir de copo.

Guasca: tira de couro cru.

Inteiro: burro ou cavalo que não foi castrado.

Matungo: cavalo velho, manso.

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 ENQUANTO ISSO…