Houve um tempo em que gibi era malvisto e condenado à fogueira – no fundo do quintal. Ele, e apenas ele, o gibi, induzia a garotada à violência, deformava o caráter e coisa e tal. É o que se dizia. Mas, como os celulares e congêneres de hoje, o gibi estava sempre à mão.
Ainda um incorrigível gibizeiro, professor Afronsius lembrou uma cena. Desenhada, por supuesto. Dois índios da tribo Navajo, aquela mesmo de Tex Willer e seus fiéis escudeiros Kit Carson (Cabelos de Prata), Jack Tigre e Kit Willer, iniciam uma briga.
Um deles com uma machadinha de guerra; o outro, mãos limpas. Poucos quadrinhos adiante, o segundo pele vermelha, depois de ser lançado sobre uma tenda, retorna brandindo uma arma igual. E, no balão, adverte:
– Agora estamos em igualdade de condições.
– Igualdade de condições? – interveio Natureza Morta, espantado com o repertório navajo.
– Sic.Agora estamos em igualdade de condições.
Antes de pular para um gibi de hoje, vale lembrar que Tex surgiu em 1948, criado por Giovanni Bonelli e Aurelio Gallepini. Histórias e desenhos fantásticos.
Já no multicolorido e, como insistem alguns, impactante, Os Vingadores, da revista Marvel/Panini Comics, há um diálogo que bem retrata o mundo de hoje. Diante da ameaça a impérios espaciais, um dos heróis sentencia:
– O próximo passo da evolução humana é a extinção.
Um comentário totalmente procedente, finalizou professor Afronsius.
ENQUANTO ISSO...