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Confessadamente fã de alguns jornalistas, o professor Afronsius não perdeu os textos de Mino Carta, diretor de redação revista CartaCapital. Na primeira edição de janeiro, por exemplo, saboreou, além das semanais aulas de jornalismo, sempre com bem lastreada cultura e profunda visão crítica, as famosas observações à margem do fio condutor do texto.
– São deliciosas como flocos de passas, castanhas, nozes ou gotas de chocolate do recheio de um panetone – interveio Natureza Morta, outro discípulo de Mino desde os tempos do Jornal da Tarde.

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Épocas diferentes em uma só

Em texto de fôlego, a respeito do governo Dilma e os desafios para concretizar uma mudança histórica do país, ressalta o jornalista que “atravessamos no mesmo instante épocas diferentes. A modernidade tecnológica e a Idade Média política e social”.
– Como ele mesmo bem classifica, ainda existe a casa-grande (que ficou de pé) e a senzala – interveio novamente Natureza.
Mas, entre citações que vão de Adam Smith, Raymundo Faoro, Banca di San Giorgio, Getúlio, John Maynard Keynes a Ionesco e Samuel Beckett, eis que encontra espaço para uma singela confissão, mas com toque de mestre.
– Pego-me a olhar para os colegas da redação, dobrados sobre seus computadores, intérpretes da modernidade, enquanto eu batuco na minha Olivetti Linea 88. Sou francamente arcaico, mas temo que o computador me engula como fez e faz com tantos outros.

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Intimoratas em ação

A propósito de batucadores de máquina de escrever, o solitário da Vila Piroquinha aproveitou a Olivetti Linea 88 de Mino para lembrar que outra grande figura do jornalismo, Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, tinha como fiel aliado a sua “intimorata Remington semiportátil”.
Já ele, Natureza, socorre-se numa Olivetti Studio 44. Semiportátil.
– Sem o talento, é claro, dos dois supracitados.
Ah, sim, finalizando. Sobre Dilma Rousseff, escreve Mino Carta: “Sinto nela a crença, a energia, a determinação, a capacidade e o porte dos escolhidos do destino”.
Mãos à obra, pois.

ENQUANTO ISSO…