O turista mal-informado chega a levar um susto e fica espantado ao visitar o Palácio de Versalhes. Não pelo luxo, ostentação, o ouro em profusão. É que, em um de seus imensos salões, encontra pinturas de abacaxi em cortinados e peças decorativas. Adornados com ouro puro.
– Contribuição brasileira – afirma o guia. O abacaxi, claro.
De fato, e a presença do nosso singelo abacaxi é desconcertante – remetendo de imediato às espalhafatosas imagens de Carmen Miranda.
Abacaxi de aluguel
Na França dos reinados de Luís XIV e Luís XV, o abacaxi, uma simples bromélia comestível de nome científico Ananás sativus, tornou-se o máximo de ostentação, símbolo de riqueza e poder. Tanto que, para esnobar outros nobres, o abacaxi de Luís XIV, passou a ser produto de aluguel. Isso mesmo, era alugado para abrilhantar banquetes e recepções de outros membros da nobreza. O centro das atenções. Porém, use e devolva.
O primeiro contato do rei Luís XIV com o abacaxi foi um tanto quanto catastrófico. Diante do exótico porque desconhecido fruto, sua alteza tratou de tascar uma dentada, ignorando a casca do dito cujo. Acabou lacerando os augustos beiços.
Já Luís XV (que viraria marca de cigarro no Brasil, séculos depois, coisa da Souza Cruz, anos 1950/60), dono da bola por conta do abacaxi, chegou a construir estufas perto de Paris para tê-lo à disposição.
E continuar humilhando o resto da realeza.
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