Um certo presidente, general, era alvo de comentários que, no mínimo, dariam cadeia na época caso alguém assumisse a autoria. Ou alguém dedurasse o autor. Mesmo que fosse maldade de caserna.
Segundo Natureza Morta, ele era chamado de “o” grosso da tropa.
Isso veio à memória do solitário da Vila Piroquinha ao ler o número deste mês da (excelente) Revista de História da Biblioteca Nacional. Uma publicação recomendável, em todos os sentidos. E, inclusive, a um preço incrivelmente baixo: R$ 8,90.
Histórias para a história
Está lá, na seção Almanaque, página 84, sob o título “Inteligência hermética”. O caso foi pinçado do livro Histórias de presidentes, de Isabel Lustosa.
Natureza riu à vontade, já pela abertura do texto: “O presidente Hermes da Fonseca (1855-1923) não era conhecido pela sua inteligência”. Governava a reboque de outras figuras, caso do senador gaúcho Pinheiro Machado.
Certa vez, adoentado, Hermes recebe a visita de Pinheiro. Que dá um conselho ao general, ou seja, não manter as janelas hermeticamente fechadas. Para recuperar a saúde é preciso manter o quarto arejado.
Algum tempo depois, o quadro se inverte. Hermes vai visitar o adoentado Pinheiro. E devolve o conselho, bem à sua maneira.
– Assim o senhor não se cura, senador.
– Por quê?
– Porque o senhor fica com as janelas pinheiristicamente fechadas.
Pano rápido, pede Natureza, enquanto Beronha continua boiando:
– Não entendi. A piada é muito hermética. Desde quando janela virou remédio?
ENQUANTO ISSO…
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