O inevitável: o 2×2 de Brasil x Uruguai em Pernambuco levou torcedores (aqueles com alguma memória) à final da Copa de 1950. A fatídica Copa de 50 em pleno Maraca: 2 a 1, e depois de abrir o placar. E, do mesmo modo, o empate de agora remeteu ao livro Anatomia de Uma Derrota, de Paulo Perdigão, L&PM Editores, 1986.
Breves registros, retirados do livro, começando pela exclamação de um torcedor terminar o jogo:
– Isso é uma mentira! Estamos sonhando!
De Alcides Edgardo Ghiggia, ele mesmo, autor do gol da vitória do Uruguai, bons tempos depois:
– Apenas três pessoas, com um único gesto, calaram o Maracanã com 200 mil pessoas: Frank Sinatra, o Papa João Paulo II e eu.
Comentário de Perdigão:
– Tragédia grega no Terceiro Mundo, uma derrota cuja importância para os brasileiros foi infinitamente maior do que o peso da correspondente vitória para os uruguaios, o 16 de julho de 1950 provocou uma comoção nacional poucas vezes verificada na vida contemporânea do país, comparável à do suicídio de Vargas ou à agonia de Tancredo Neves, iniciada no dia de sua posse. Como toda a tragédia, ela se teceu com o fatalismo e a eternidade – sua história parece conduzida por um destino ubíquo e prefixado -, e permanecerá aquilo que é até o final dos tempos…
Ainda de 1950, recorte de um jornal, O Globo, do Rio:
ENQUANTO ISSO…