Mais conhecido como Zé Boquinha (ou Indiana Jones, por lembrar, por supuesto, o ator Harrison Ford), José Roberto Lux (nascido em Santa Bárbara d’Oeste, SP) é um ex-jogador, treinador e, hoje, destacado comentarista de basquetebol (e outros esportes, o que pintar) no canal ESPN. Seguidamente, por conta de um humor levemente ácido, emprega neologismos – às vezes desconcertantes, caso de picolé.
Picolé vem a ser um lance com cesta.
Já na transmissão de sexta-feira, EUA x Sérvia, basquete, cutucou o telespectador com mais uma das suas: tal jogador é guatambu, garantiu.
O que vem a ser um guatambu? É elogio ou crítica? Segundo consta, informação confiável do Flávio Stege Júnior, do Luzitano com Z, o Boquinha quis dizer cara de pau. Por tabela.
Não custou nada recorrer ao Aurelião:
– Guatambu, S.m. – designação comum a diversas espécies do gênero Aspidosperma, das Apocináceas, de boa madeira, muito usada para cabo de ferramentas agrícolas. Cabo de enxada, principalmente.
Em algumas regiões é chamado de marfim, pequiá e araracanga. A árvore é encontrada em Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. E de modo abundante na Serra da Cantareira e restante da Mata Atlântica.
Grande e frondosa, sua altura varia de 10 a 30 metros. O tronco é de cor acinzentada e, a casca, áspera. Chega a ter de 40 a 80 centímetros de diâmetro e se estende para o alto antes de formar a copa. Suas sementes são aladas.
Aí, sementes aladas… Vamos consultar o professor Sergio Ahrens…
De cabo de enxada o berimbau
Com variadas espécies, a árvore é também popularmente conhecida como amarelão, peroba, tambu, biriba ou o famoso pau pereira, entre outras denominações.
Embora dura, a madeira do guatambu, bastante resistente e moderadamente pesada, possui talhe macio e se faz dócil à plaina, à serra e ao verniz, que recebe e conserva bem. Madeira de lei, muito forte, porém de baixa duração, presta-se especialmente à produção de vigas, assoalhos, obras internas, construção naval, cabos para ferramentas, bengalas, xilografia e instrumentos musicais, entre eles o berimbau.
Quanto ao cabo de enxada, ganhou corpo o brado “vá pegar no guatambu”, ou seja, o hoje popular “vai trabalhar, vagabundo!”.
ENQUANTO ISSO…
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