Aforismo, como se sabe, trata-se de uma máxima, apotegma, sentença moral breve e conceituosa.
Mas, graças a Mário da Silva Brito, e ao Livro de Cabeceira do Homem, volume I, 1966, Editora Civilização Brasileira, temos os desaforismos. Exemplos:
– Nem no dia de sua morte o coveiro falta ao cemitério.
– O homem luta para construir um futuro e, ao fim dos anos, percebe que só recolheu o passado.
– Não somos nós que perdemos tempo. É o tempo que nos perde.
– Certos escritores deviam ser punidos por exercício ilegal da literatura.
– Há gente que é notícia e há gente que é sempre boato.
– O leite da bondade humana azedou.
– Quantos livros há cuja leitura só se tornaria suportável se pudéssemos reescrevê-los.
– Celibatário é o homem que toda a noite, ao chegar em casa, pode exclamar: “Enfim, só!”
– Quem muito pensa no futuro, perde o presente.
– Homem – secreção do efêmero.
– Estamos caminhando rapidamente em direção à nossa Pré-História.
– Em vez de poemas, decorava bulas de medicamentos!
– Viver é trapacear com a morte.
Poeta, ensaísta, crítico literário, Mário da Silva Brito escreveu História do Modernismo Brasileiro, entre outras obras.
ENQUANTO ISSO…
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