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Dezembro o ano inteiro

Cidadão mais ou menos viajado (chegou a conhecer a belíssima Sendai, capital da província de Miyagi, no Japão), Natureza Morta continua disposto a percorrer este mundo velho sem porteira. Enquanto, literalmente, não embarca, viaja à sua maneira: observando placas de carros e caminhões.
E não é que, dias atrás, em Curitiba, localizou uma de nome tão bonito quanto inesperado?
– MT – Feliz Natal.
O professor Afronsius ficou interessado. Também não conhecia.
– É… Vasto, continental e cheio de surpresas, o Brasil conta com uma cidade onde o espírito natalino não se resume ao 12.º mês do ano. A sua origem está no transbordamento de um riacho – adiantou o solitário da Vila Piroquinha.

Espírito natalino

Após acionar a seção Achados&Perdidos, exclusiva do blog, Natureza ficou sabendo, pelo site da prefeitura, que “a cidade brasileira em que o espírito natalino não se resume ao último mês do ano está localizada a cerca de 530 km da capital Cuiabá (Mato Grosso)”.
Feliz Natal tem cerca de 14 mil habitantes e a emancipação do município ocorreu em 1995. “No entanto, a história do nome vem de alguns anos antes”.

O Natal de 1978

Foi em 1978. Muitos trabalhadores já tinham se deslocado para a região, atraídos pela madeira e pela fertilidade do solo. “No entanto, como o Natal de 1978 se aproximava, resolveram retornar a Sinop, para reencontrar os familiares. Em 23 de dezembro, no entanto, se depararam com um riacho transbordando, o que os impediu de voltar para casa”.
Em função enchente e dos enormes danos causados na estrada, “as pessoas que ali se encontravam tiveram que passar o Natal em plena floresta. Porém, segundo o ex-prefeito (e Papai Noel da cidade) Antonio Domingos Debastiani, elas não deixaram de comemorar o Natal. Depois, em homenagem, o lugar ganhou o nome de Feliz Natal”.

Um nome positivo

Ainda pelo site da cidade, “com o passar do tempo, floresceu uma pequena comunidade perto daquele riacho; ela prosperou rapidamente e, como homenagem aos que sofreram os infortúnios de uma noite natalina em plena floresta, decidiu-se batizar o vilarejo como Feliz Natal”, nome que permaneceu após a emancipação política.
Conta o prefeito que “muitos turistas visitam Feliz Natal devido ao nome. É um nome positivo para a cidade. Muitas pessoas vêm visitar Feliz Natal, pois já ouviram falar e querem conhecê-la. Nas audiências e viagens, sempre tenho que contar a história da origem do nome”.

Parque nacional

Pelo menos 40% da área de Feliz Natal está no Parque Nacional do Xingu e o município faz divisa com Santa Carmen, União do Sul e Marcelândia (Norte), Nova Ubiratã e Paranatinga (Sul), São Felix da Araguaia, Gaúcha do Norte e Querência (Leste) e Vera (Oeste). O turismo ecológico vem ganhando impulso. Foi criado, inclusive, um hotel de etnoturismo – exploração do turismo indígena -, mas o projeto não prosperou por falta de autorização para visitas ao Parque Nacional do Xingu, onde vivem índios de várias etnias.
O papo estava muito bom, mas Natureza Morta e o professor Afronsius resolveram encerrar a conversa. O frio começava a apertar. Antes, porém, Beronha, nosso anti-herói de plantão, resolveu provocar a dupla, ou parelha, como prefere dizer:
– Mas, respondam rapidamente, quem nasce em Feliz Natal o que é? Papai Noel?
– Não. O gentílico é feliz-natalense.
– E, em Feliz, Rio Grande do Sul? Felizardo?
– Não. Felizense.
– E, em Descanso, Santa Catarina? Descansado?
– Não. Descansense.
– Obrigado.

ENQUANTO ISSO…


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