A sugestão é do professor Afronsius, com aval de Natureza Morta e do Beronha: acaba de sair “Entre sem Bater – A vida de Apparício Torelly, o Barão de Itararé”, livro de Cláudio Figueiredo, Casa da Palavra, R$ 54,90.
– O Barão não era fácil.
Tanto que tem o Beronha, nosso anti-herói de plantão, como um de seus leitores. E apenas por duas máximas:
– Quem inventou o trabalho não tinha o que fazer.
– O tambor faz muito barulho, mas é vazio por dentro.
Terrível desde cedo
De registro Fernando Apparício de Brinkerhoff Torelly, nasceu dia 29 de janeiro de 1895, no Rio Grande do Sul. Morreu aos 76 anos, no Rio. Jornalista e escritor, apontado como pioneiro do humorismo político no país, o Barão começou cedo.
Em 1908, em São Leopoldo, criou o “Capim Seco”, jornalzinho do colégio onde estudava, não poupando ataques à férrea disciplina dos jesuítas.
Entre sem bater
Como conta o livro, o Barão de Itararé (“homenagem” à batalha que nunca aconteceu) surgiu em 1930. E por decreto assinado pelo presidente “Getúlio Dor Neles Vargas”, publicado no semanário “A Manha”.
Ameaçado, espancado e preso por várias vezes, o Barão de Itararé, quando dirigia o “Jornal do Povo”, publicou uma matéria sobre a Revolta da Chibata (1910, governo de Hermes da Fonseca). Sofreu horrores. Aí teria colocado a placa “Entre sem bater” na porta de sua sala.
Humorista muito sério
Quando da criação da Aliança Nacional Libertadora (ANL), em 1934, absteve-se de assinar os manifestos. Para ele, a sua assinatura iria diminuir a seriedade da Aliança, que reunia comunistas, católicos, socialistas, liberais, tenentistas e até positivistas.
No fim da vida, hemiplégico, renegava o papel que desempenhou travestido de Barão de Itararé.
Mas, como esquecer passagens da vida do Barão, como o episódio do protesto estudantil em Porto Alegre?
Diante da proibição de “qualquer ajuntamento com mais de três pessoas”, comandou a passeata em “fila indiana”, desnorteando a polícia.
ENQUANTO ISSO…