Sobre o crescente êxodo de jogadores, Natureza Morta conversava com Beronha a respeito da escassez, também crescente, de craques. O nosso anti-herói de plantão concordou e largou uma que merece ser levada em consideração pelos cartolas diante de um cenário já medíocre: – Para que nossos clubes possam oferecer craque, só mesmo recorrendo a uma franquia com a loja de calçados Craque… O solitário da Vila Piroquinha teve de concordar.
Amadorismo
Ainda sobre futebol, eis que adentra ao gramado (virtual) a Seção Achados&Perdidos, exclusiva do blog, para contar como foi implantado o profissionalismo no futebol brasileiro. Profissionalismo que seria a salvação da lavoura, mas que trouxe problemas de todos os tipos.
Arthur Friedenreich, o grande astro do futebol amador, tinha um ótimo salário. Era o já famoso “por fora”, nada oficial. Mas existia, causando complicações para os clubes.
Foi assim que, em 1933, os grandes times decidiram mudar as coisas. Largaram as associações que se recusavam a ter qualquer outro futebol que não fosse amador. No amador, como conta o livro “80 Anos de Brasil”, as transferências eram permitidas depois de um estágio de apenas dois meses. Resultado: os clubes arcavam com o pagamento de salários e luvas, mas não tinham nenhuma garantia de seu investimento.
Leônidas da Silva, Filó, Ministrinho e Fausto, os melhores da época, estavam fazendo as malas para ir jogar no exterior.
Virada de mesa
Finalmente, no dia 13 de janeiro de 1933, no Rio de Janeiro, Vasco, América, Fluminense, Bangu e Bonsucesso abandonaram a Associação Metropolitana de Esportes Atléticos. Surgia a Liga Carioca de Futebol. Em São Paulo, o Palestra (depois Palmeiras), Corinthians, Santos Portuguesa, Ipiranga e São Bento (da capital) forçaram a Associação Paulista de Esportes Atléticos a se atualizar. E a primeira partida oficial de jogadores profissionais ocorreu no dia 12 de março. O São Paulo (do Flávio Stege Júnior) goleou o Santos por 5 a 1. Friedenreich abriu o placar. O futebol brasileiro entrava na era do profissionalismo. Para o bem ou para o mal.
ENQUANTO ISSO…