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Já que falamos aqui sobre o recadastramento de eleitores de Curitiba, para a implantação da lista biométrica (aliás, você já providenciou sua ida ao TRE?), Natureza Morta passou a última noite matutando sobre a longa marcha. Não a de Mao, mas a caminhada para garantir completa lisura no processo eleitoral.
E voltou a figuras como Rui Barbosa e à Campanha Civilista, lançada em agosto de 1909 para peitar a candidatura militar encarnada por Hermes da Fonseca. Entre os estados que oficializaram seu apoio a Rui estava o Paraná.

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Café com leite

Na época vigora a alternância de paulistas e mineiros no poder. Daí o nome de política do café com leite. Rui, bom orador, pregava a obediência ao dever, à moral e à lei. Seus seguidores acrescentavam mais à plataforma: além de ser considerado por alguns como o homem mais inteligente do Brasil, Rui, diziam, era mais pontual que um inglês e falava francês melhor do que um francês.
Exageros à parte, a Águia de Haia foi à luta em condições de vencer, mas acabou não emplacando. A “máquina” – como era chamada a “política dos governadores”, mediante a qual os barões do café se sucederam no poder até 1930 – derrotou o candidato civil.

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Voto de cabresto

Nas eleições de 1.° de março de 1910, com o reforço de votos carreados pelos coronéis do Nordeste, Rui Barbosa foi derrotado. Em julho, o Congresso reconheceria a vitória de Hermes da Fonseca: foram 403.867 votos contra 222.822 dados a Rui.
Pelas leis da época, poucos brasileiros podiam votar e, além disso, o voto não era secreto. As elites deitavam e rolavam.
A 25 de outubro, Hermes retornava de viagem à Europa. A bordo do encouraçado São Paulo.
Beronha quis saber sobre a tal Águia de Haia. O solitário da Vila Piroquinha citou o famoso (e não só pela polêmica que causou) livro de Raimundo Magalhães Júnior, “Rui – O homem e o mito”, 1964, Editora Civilização Brasileira.
Mas, pediu, isso é assunto para outro dia.
– Eleição democrática é bom, mas também cansa.

ENQUANTO ISSO…