Futebol já foi espetáculo. Hoje ainda até pode ser espetáculo, esporadicamente, mas antes de tudo é negócio. Um grande negócio para cartolas e picaretas que vivem à sombra de nossas mazelas e tiram proveito do sonho de muitos jovens em se tornar rico e famoso, não necessariamente nessa ordem. Como o caminho até o BBB é muito estreito, haja esforço para sair do túnel e entrar em campo. Anos atrás, um conhecido dirigente declarou que, com ele e a partir dele, o futebol seria apenas um item do cardápio do clube. E, de fato, realizou muitas coisas, dando projeção internacional ao time. Revolucionou o futebol paranaense, não há como negar. Nada contra a profissionalização do esporte, como no caso acima citado, mas é preciso estar atento quanto aos dirigentes mal intencionados. Principalmente aqueles donos de passe ou guardiões de contratos de gaveta.
Midas moderno
É preciso responsabilidade, consciência, um pingo de ética, respeito ao ser humano, do atleta ao torcedor, passando por dirigentes e funcionários. Caso contrário vamos ter um Midas, mas às avessas. Tudo que toca vira lixo, coisa espúria, para não dizer outra coisa.
Nesse reino onde imperam as leis do comércio dá pena ver torcedor que (ainda)
fica escandalizado com as falsetas, notadamente no leilão de jogadores.
Comércio ou tráfico
Vale a pena lembrar que, em 2007, a Organização Internacional do Trabalho (OIT), organismo da ONU, denunciou o futebol como novo esquema para o tráfico de seres humanos. Foi o caso de 34 jovens jogadores que, na época, foram descobertos depois de três meses de desaparecimento na África. Eles tinham recebido de um “empresário” a promessa de que seriam levados para a Europa, para integrar grandes clubes.
Os jogadores eram todos de um bairro pobre da capital da Costa do Marfim. Os pais chegaram a pagar cerca de US$ 600 por cabeça para que as transações pudessem ocorrer.
A ONU anunciou uma campanha para alertar os jogadores quanto aos riscos de falsos contratos. “Muitos jovens dos países em desenvolvimento estão desesperados por sair de suas cidades e ir jogar na Europa. Mas a verdade é que nem sempre o sonho acaba bem”, alertou um porta-voz da OIT.
Vale lembrar o que escreveu Albert Camus: “O que eu sei de mais certo sobre a moral e as obrigações dos homens, devo ao futebol”.
Anti-herói atento
Preocupação beronhística:
Se o Wikileaks continuar revelando segredos, estarei ferrado. O mundo vai descobrir o local do meu pesqueiro secreto de lambari a poucas horas de Curitiba.
ENQUANTO ISSO…