Depois de ler o texto de Daniela Pinheiro na edição deste mês da revista Piauí, sobre “a combinação que tirou das ruas a lendária The New Republic”, professor Afronsius não resistiu. Tratou de recomendar a leitura de O diletante e os dinossauros.
Lançada em 1914, a TNR (para os mais íntimos) também não escapou da avalanche digital. Em dezembro, ocorreu uma renúncia coletiva de seus editores e repórteres. E a revista deixou de circular pela primeira vez em 100 anos.
O dragão da maldade contra o santo guerreiro?
Bilionários da era digital
Conta Daniela Pinheiro que, “nos últimos anos nos Estados Unidos, bilionários da era digital passaram a investir pesado em jornalismo – cujos veículos clássicos, como jornais e revistas, perderam anunciantes e leitores para a internet”.
Segundo Judith Shulevitz, ex-editora da TNR, “existe a inversão perversa da ordem das prioridades: o jornalismo passar a entregar o que julga que o leitor vai querer consumir e não o que seria importante que o leitor saiba. É nivelar por baixo. Saí porque todo mundo que eu respeito foi embora. Essa revista acabou”.
Outro ponto sublinhado pelo professor Afronsius na matéria da Piauí, da qual, aliás, faz coleção, disputando espaço com livros e outras publicações em sua biblioteca: quando citaram a Vox.com como exemplo de “iniciativas de sucesso que conjugam internet e boa apuração”, o colunista Joe Nocera, do New York Times, escreveu em tom sarcástico que, ao pesquisar sobre a Vox, deu de cara com uma matéria sobre “pum”.
Jornalismo tira-gosto
Ainda do jornalismo digital e a TNR: antes de explodir a crise, no mês de outubro, um ex-editor do Yahoo, Guy Vidra, “cria do mundo digital e tecnológico”, virou CEO da TNR. Então, “usando Power Point, sugeriu que os jornalistas produzissem um conteúdo mais snacklabe, mais ‘tira-gosto’, a ser consumido rapidamente”.
O dragão da maldade contra o santo guerreiro. Sem ponto de interrogação.
Mas, como diria Flávio Stege Júnior, do Luzitano com Z, segue o baile!
ENQUANTO ISSO…
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