Nada se perde, tudo se transforma e a gente aproveita como pode. Em todos os sentidos. Até no caso dos discos voadores. Tanto que, dia desses, diante do Bar VIP da Vila Piroquinha, estacionou um Opalão caindo aos pedaços. Até parecia o Trovão Azul do Orlando Kissner, o nosso Polaco. A manobra foi lenta e complicada. Ato contínuo, o motorista deixou o veículo, apanhou uma chave de roda no porta-malas e, com dando uma pancada, conseguiu travar a porta. Que não possuía trinco externo.
Foi aí que alguém, perfilado na porta do boteco, comentou:
– É um ORNI.
– ORNI? – espantou-se professor Afronsius.
– Sim. Existe OVNI, objeto voador não identificado, e ORNI. Objeto rodante não identificado.
Risos.
Coisas não identificadas
Mais tarde, contando o caso para Natureza Morta, citava acrônimos quando Beronha interveio:
– Arcromino… Como é mesmo? Outro objeto não identificado?
– Não, acrônimo, a formação de uma palavra com a primeira letra, ou mais de uma, de cada uma das partes sucessivas de uma locução – explicou professor Afronsius, uma das testemunhas da aparição de um autêntico ORNI em Curitiba.
Aproveitando, lembrou que OVNI é, como todos sabem, o acrônimo de objeto voador não identificado, o equivalente, em inglês, a UFO – unidentified flying object.
E tem também o caso de sonar – do inglês so(und) na(vigation) and r(anging).
Beronha:
– Vazei! O acrônimo de tô indo que o papo tá pra lá de malaquias…
ENQUANTO ISSO…
