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Do Purunã às viagens pela história

São 560 páginas, mas Natureza Morta chegou lá. E com grande satisfação. Concluiu nesta semana a leitura de O Alvorecer do Purunã – Diários de um imortal em viagens pela história, da Nouvelle Editora, escrito pelo amigo Carlos Roberto Solera.
Fazendo questão de recomendar a obra, que fala do tropeirismo, suas origens, personagens e importância, o solitário da Vila Piroquinha citou alguns trechos para Beronha, começando pelos cavalos.
– Hein?
– Cavalos, da família dos eqüídeos. Quando do descobrimento, eles não existiam no Brasil. A introdução se deu com Martin Afonso e, a de jumentos, provavelmente em 1.534.

Transporte

Sem eles, cavalos, burros e jumentos, seria impossível abrir fronteiras e promover a integração do país, como bem assinala o historiador Solera. Pelo Rio Grande do Sul e Minas Gerais passaram cerca de 12 mil muares por ano entre 1730 e 1897. As tropas seguiam, semeando pelos caminhos muitas localidades.
Estima-se que nada menos do que mil cidades foram fundadas para dar suporte à nova atividade econômica que se desenvolvia a partir da marcha dos tropeiros.

Paz e guerra

Natureza também achou deveras interessante, como costuma dizer, as duas curiosidades sobre os muares brasileiros registradas no livro: durante a II Guerra Mundial, e este é um fato praticamente desconhecido no país, mais de quatro centenas de muares foram empregados pelos aliados tanto na campanha da Itália como nos campos de batalha na África. Transportavam equipamentos “nas mais adversas condições de morros e desertos”.
Tem ainda o registro, feito inicialmente no livro Histórias e Bruacas, do mesmo Solera, do envio, em 1946, para a Grécia, de 2.700 mulas adquiridas pela UNRRA, órgão das Nações Unidas. A viagem do navio Moline Victory, da SSMoore NaeCormarck, “devidamente adaptado para este mister”, durou 45 dias, com escala em Gibraltar. Houve poucas mortes, já que os cuidados dispensados às tropas eram intensos.

Patrimônio da humanidade

Enquanto vai escrevendo livros para ajudar, no mínimo, a não deixar esta cultura cair no esquecimento, Carlos Roberto Solera batalha para transformar um sonho em realidade: tornar o tropeirismo Patrimônio Mundial da Humanidade, sob a chancela da Unesco.

ENQUANTO ISSO…


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