Comprovando que viver é perigoso. E, bebendo, mais ainda. Cena mais do que comum num boteco: o cabôco chega, pede uma cerveja e um petisco. E o cardápio vai do bolinho de carne ao amendoim torrado, passando pelo torresmo e, é claro, pelo tal do pururuca.
Neste último caso, há quem tenha levado um susto, semanas atrás, no Luzitano com Z. Depois de traçar o dito cujo produto, deixou o pacotinho na mesa, passando a saborear só a cerveja.
O susto: surge um outro cliente (isso mesmo, cliente) rumo ao banheiro e, um tanto quanto espantado, não resiste. Pisa no freio e quer saber:
– É bom essa tal de pororoca?
– Pororoca? (pausa, breve, mas profunda pausa). Nunca encarei uma pororoca, prefiro pururuca…
E, como dizem que bar também é cultura, tratou de explicar: pururuca vem a ser um petisco da comida caipira de vários estados que conquistou o país. Mais: o nome é de origem tupi. Um tira-gosto crocante.
Quanto à pororoca, a palavra também provém do tupi e significa estrondo, no caso, forte barulho da natureza, posto que ocorre quando há o encontro das águas de um grande rio com as águas do oceano.
Além disso, há uma diferença cavalar entre o ruído seco do petisco crocante na boca e a trombada do Amazonas com o Atlântico.
Aí, por supuesto, o jeito foi pedir a conta e tirar o time. Na surdina, sem pururuca e, muito menos, pororoca..
ENQUANTO ISSO…
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