Não que seja contemporâneo de Pafúncio e Marocas, posto que os personagens de George McManus começaram a ser publicados em 1913 e, em inglês, eram Maggie e Jiggs, mas professor Afronsius, depois de ler sobre os avanços da indústria de produtos e mais produtos para animais de estimação, voltou aos velhos tempos. E recorreu à dona Margarida Anteontem.
Era mais do que comum, na churrascaria, após uma costelada com os amigos, pedir permissão para o garçom mais próximo:
– Dá para levar os ossos pro cachorro?
Também era comum reservar o bolso de trás da calça para alojar o lenço – ou o pente. Pente marca Flamengo, sem clubismo, posto que dona Margarida Anteontem era e continua sendo Vasco. Mas, hoje, o que se vê no citado bolso é o cada vez mais indefectível celular, suas variadas versões.
Na escola, grupo escolar como o glorioso Xavier da Silva, em Curitiba, a piazada ficava sabendo até o que era ave canora.
– Canora? Nunca ouvi falar – interveio Beronha.
– Mas você deve ter ouvido, posto que não é surdo. Canora. Ave que canta.
Para encerrar, e concordando com o professor Afronsius e dona Margarida, Natureza Morta lembrou que, também antigamente, antes de uma talagada era compulsório lançar no chão um pouquinho da bebida. Era o inevitável, posto que inescapável, “gole do santo”.
– Não sabia. Quer dizer que, durante todo esse tempo, sem querer cometer um sacrilégio ou jogar pedra na cruz, entornei a parte de muitos e muitos santos? – lamentou nosso anti-herói de plantão, um tanto quanto compungido.
ENQUANTO ISSO…