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– Xi! Agora querem trazer comunistas de Cuba!

Bufando pelas ventas, a reação partiu do general Durindana ao ler notícia sobre a possível vinda de médicos de Cuba para trabalhar no Brasil. Nenhuma surpresa, pelo menos entre moradores mais vividos da Vila Piroquinha, que já conhecem a figura de velhos carnavais. Embora de garboso pijama, Durindana continua alerta, rezando pela cartilha do almirante Pena Boto, para quem, usando ele bordão emprestado, “o preço da liberdade é a eterna vigilância”. Nos anos 1950/60, o almirante chegou a comandar uma tal de Cruzada Brasileira Anticomunista. Depois viriam o IBAD, MAC, CCC e outras coisas do gênero.

E é do general Durindana outro destempero, que, no caso, chegou a surpreender os frequentadores do Bar VIP da Vila Piroquinha. Diante do televisor, acompanhava-se a apuração dos votos para presidente da República. Outubro de 2002. Quando foi proclamada a vitória de Lula, ele mesmo, o tal que hoje escreve para o NYT, o general Durindana, que acompanhava a apuração em meia posição de sentido, bradou:

– Ganhou! Mas não vai assumir! Há (sic) 1.300 soldados de prontidão para impedir a posse!

No entanto, o sapo barbudo, como dizia o doutor Leonel Brizola, receberia a faixa no dia 1.º de janeiro de 2003, em meio a muita festa, tornando-se o 35.º presidente do país. No voto direto e democrático.

Chanfalho e espagadão

A propósito do general, ou melhor, de durindana (nada a ver, aliás, com o Capitão Durindana, das tiras do Recruta Zero), professor Afronsius explicou para o Beronha que se trata de uma espada, antiga e pesada, tanto que, para ser manejada, exige (ou exigia) o emprego de ambas as mãos ao mesmo tempo. Graças aos sinônimos de durindana, o nosso ex-militar de pijama – que rasgou a Constituição de 46 e insiste em tal prática – passou a ser chamado pela vizinhança de Durindana Chanfalho Espadagão.

Até porque, como pitacou Natureza Morta, durindana virou peça de museu há muito, muito tempo. Com todo o respeito aos museus.

ENQUANTO ISSO…

15 agosto

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