Tempo maluco e trânsito mais ainda. Em Curitiba, como nunca antes, são dois assuntos em pauta. Sobre o tempo, até mesmo os moradores mais calejados na questão meteorológica andam reclamando. Um vizinho de Natureza Morta, por exemplo, o professor Afronsius, já desenterrou do armário o par de galochas e o boné de leiteiro, aquele de abas imensas para proteger a orelha. Tudo isso apesar do conselho de Beronha:
– É mais barato e cômodo plastificar o corpo inteiro, do cabelo à ponta da unha dos pés…
Pode ser, embora o índice de acerto da previsão do tempo tenha aumentado consideravelmente, graças aos avanços tecnológicos.
O problema, no entanto, não é a previsão, mas sim a rapidez das mudanças. Você confere o boletim, desliga a televisão e, minutos depois, quando põe os pés na rua, a coisa já mudou completamente de figura. Meia hora mais tarde, ou quatro quadras depois, nova alteração climática. De supetão.
Tanto é assim que, segundo nosso anti-herói de plantão, há quem já anuncie, no bar VIP, aquele que ele diz não frequentar:
– Tô indo porque o tempo vai virar no próximo intervalo comercial.
O efeito estufa e outros efeitos
O solitário da Vila Piroquinha leu na briosa, brava e indormida imprensa que a quantidade de gases do efeito estufa bateu novo recorde em 2010. E aumentou mais rapidamente no ano passado do que na média das últimas décadas.
– É o que garante o boletim anual sobre gases do efeito estufa, publicado pela Organização Meteorológica Mundial, agência da ONU.
– Será que os técnicos da tal Organização Meteorólgica Mundial fizeram estágio e especialização em Curitiba? – provocou Beronha.
A concentração dos gases que permanecem por mais tempo na atmosfera – o dióxido de carbono, o metano e o óxido nitroso – subiu 39 vezes desde a época pré-industrial.
Já que a Terra e o espaço são seres vivos, os cientistas ainda estudam as consequências (finais?) do efeito estufa e do aquecimento global.
Fenômenos (antes) naturais
Estudos indicam que desde 1850 ocorre um aumento gradual da temperatura global, “algo que pode também ser causado pela flutuação natural desta grandeza”. Tais flutuações “têm ocorrido naturalmente durante várias dezenas de milhões de anos ou, por vezes, mais bruscamente, em décadas”, dizem os pesquisadores.
Esses fenômenos naturais “bastante complexos e imprevisíveis podem ser a explicação para as alterações climáticas que a Terra tem sofrido, mas também é possível – e mais provável – que estas mudanças estejam sendo provocadas pelo aumento do efeito estufa, basicamente devido à atividade humana”.
Já na questão do caos do trânsito, não resta nenhuma dúvida. Os números não mentem: a cada mês entram em circulação, no Paraná, cerca de 30 mil novos veículos. E já chegamos à marca de 5.321.558 veículos. O total nas ruas e estradas mais que dobrou na última década.
Beronha, tentando minimizar o quadro.
– Já que, segundo dizem, no longo prazo estaremos todos mortos, não esquente a mufa com a estufa.
Pano rápido, pediu Natureza, preocupado com o aumento, também acelerado, da incúria do ser humano.
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