Não que possa sacudir e esquentar o nosso carnaval, mas um persistente folião curitibano pretende sair às ruas cantando uma marchinha supimpa. Que não é daqui, por supuesto. Depois de ler uma matéria de Léo Rodrigues – correspondente da Agência Brasil em Belo Horizonte -, foi atrás da letra de O baile do cidadão de bem.
No tradicional Concurso de Marchinhas Mestre Jonas, que ocorre anualmente no início do carnaval de BH, a vencedora foi a música dos compositores Helbeth Trotta e Jhê Delacroix – que garantiram o prêmio de R$ 6 mil.
Ainda da Agência Brasil: o cidadão de bem é aquele sujeito que protesta contra a corrupção, mas comete diariamente ilicitudes, como estacionar em lugar proibido. E também defende a morte de criminosos, enquanto se diz a favor de vida e contra o aborto. Helberth Trotta com a palavra:
– Nós fizemos uma pesquisa sobre o tema e descobrimos várias curiosidades. Por exemplo, cidadão de bem era o nome de um jornal da Ku Klux Klan, que no início do século passado defendia nos Estados Unidos a supremacia branca e praticava atos violentos contra negros.
Mais: “O concurso abre as festas na cidade. Então, é o momento ideal, quando estão todos curiosos pelas letras. Porque a marchinha é uma crônica sobre comportamentos, um retrato do dia a dia da sociedade”.
Com os versos “Veja só quem vem, é o cidadão de bem, contra a corrupção, taça de champanhe, na manifestação”, a marchinha faz uma crítica aos paneleiros da classe média que saíram às ruas para protestar vestidos com a camisa da seleção e com uma taça de champanhe na mão.
Será que a marchinha emplacaria em Curitiba?
ENQUANTO ISSO…