A corrupção, por supuesto, não é coisa só de políticos, embora muitos deles se esmerem na prática, com direito ao troféu rouba, mas faz. E a questão, evidentemente, também não é de hoje. Muito menos se trata de uma invenção puramente brasileira.
Entre muitos, apenas um episódio de alta corrupção. Corrupção assumida. O caso do deputado (e jornalista). Mereceu o devido registro na edição de setembro de 2012 da Revista de História da Biblioteca Nacional como o escravoduto, conforme o livro Corrupção, mostra a sua cara, de Marco Morel, Editora Casa da Palavra. Vamos lá:
– A corrupção, acredite, pode pesar nas costas de alguns políticos. Justiniano José da Rocha, que foi deputado entre 1843 e 1856, que o diga. Durante uma Assembleia Geral do Império, ele não aguentou o peso da culpa e, num depoimento emocionado, confessou sua participação num esquema de corrupção. De acordo com o político, que também era jornalista, para escrever reportagens favoráveis ao governo, certo ministro de Estado distribuía escravos a aliados políticos. E com ele, Justiniano teria travado o seguinte diálogo:
– Então, senhor Rocha, não quer um africano?
– Um africano me fazia conta.
– Então por que não o pede?
– Se Vossa Excelência quer, dê-me um para mim e um para cada um dos meus colegas.
Para piorar a situação do deputado, o tal Justiniano era defensor do fim gradual da escravidão.
Há quem tenha comentado, depois de ler a revista:
– Os dois mereciam chibatas em praça pública – por conta do escravoduto.
ENQUANTO ISSO…
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