Os números chegam a assustar. Curitiba é a capital com o maior índice de automóveis por habitante, com uma população aproximada de 1,85 milhão de habitantes e uma frota aproximada de 1,45 milhão de veículos, segundo o Detran.
Mas, como nem todos gostam de números, caso do Beronha, dá para imaginar: se todos os carros fossem alinhados, eles preencheriam todos os 4.600 km de vias públicas da cidade, conforme a prefeitura. E, com base em projeções oriundas de estudos, estima-se que, em 2020, a cidade contará com um carro para cada 1,1 habitante.
– Isso é bom ou é ruim? Quis saber nosso anti-herói de plantão.
Depende do ponto de vista. Para os guardadores de carros, outrora chamados flanelinhas, deve ser ótimo. Já para os motoristas, nem tanto, até porque, por supuesto, há entre os guardadores gente correta e outras nem tanto. Neste último caso, a turma que age agressivamente, na base da coação. Ou extorsão.
O desafio em Porto Alegre
A propósito de coação/extorsão junto ao meio-fio, todo o santo dia, a Seção Achados&Perdidos, exclusiva do blog, recuperou um texto que abordou o assunto em abril do ano passado. Juliano Rodrigues, colunista do Zero Hora, sob o título “Pelo fim dos flanelinhas”, conta que em 2009 a prefeitura de Porto Alegre, em acordo com o Ministério Público do Trabalho e a Brigada Militar, “regularizou” a função de flanelinha. Seis meses depois da promulgação da lei, ninguém a cumpria.
Trecho do artigo:
– Este texto é escrito por alguém que não considera profissão a função de flanelinha, ou guardador de carro, ou seja lá como queiram ser chamados aqueles que ficam na espreita de motoristas para, em espaço público, achacá-los sem qualquer fiscalização das autoridades. Faço essa ressalva por reconhecer que a opinião que tenho sobre o assunto provavelmente está calcada na minha total incapacidade de observar qualquer resquício de atividade profissional no “trabalho” feito por essas pessoas.
Ainda do artigo no jornal ZH:
– No papel, as regras são ótimas. A aplicação delas, porém, é risível. Salvo raríssimas exceções de guardadores honestos e cordiais, o que existe é intimidação aos motoristas. Alguém recebe tíquete quando deixa o carro aos cuidados de um flanelinha? A contribuição é mesmo espontânea? Bom, mais do que um gesto espontâneo, pagar pelo “serviço” dos guardadores é uma atitude compulsória e prudente, já que ajuda a evitar que o seu veículo sofra algum tipo de dano (por parte do próprio flanelinha, aliás).
E a frota de veículos particulares continua aumentando. Aqui e em Porto Alegre.
ENQUANTO ISSO…
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