O professor Afronsius não economizou elogios à matéria que leu segunda-feira na Gazeta do Povo, mostrando que “o som alto que vem dos bares e a barulheira das ruas da cidade são os ruídos que mais irritam os curitibanos”. Segundo levantamento do Paraná Pesquisas, dos 450 moradores da capital entrevistados, 44% afirmaram se incomodar com o barulho. Um em cada quatro moradores considera barulhento o bairro onde reside, conforme a reportagem de Raphael Marchiori. – Quando eu reclamo, dizem que sou um tremendo ranzinza – desabafou o vizinho de cerca (viva) da mansão da Vila Piroquinha, mas o que dizer quando os próprios bombeiros botam a boca no trombone?
Pior que sirene ligada
Natureza Morta concordou. Afinal, o comando do 2º Subgrupamento do Corpo de Bombeiros viu-se obrigado a equipar o dormitório com kits antirruído. Como informa a matéria “engana-se quem pensa na sirene como um incômodo para os bombeiros; era o barulheiro excessivo vindo da Rua Nunes Machado, onde fica o comando da corporação, que não dava sossego ao pessoal”. Principalmente nos fins de semana, como suportar o som alto dos carros, buzinas e pessoas falando alto nas ruas? “Isso tudo acabava atrapalhando o descanso da equipe”, segundo o comando da corporação. O dormitório é ocupado em média por 15 bombeiros – que trabalham em regime de 24 horas por 48 horas de descanso.
Haja paciência
Beronha, que chegara silenciosamente para serrar o café da manhã, entrou no papo e manifestou solidariedade aos bombeiros. – E olha que eles têm paciência de Jó. Principalmente quando algum mala liga pedindo ajuda para retirar o gato da madame que subiu no topo de uma árvore e não consegue descer… Ou quando o piá enfia a cabeça num penico e fica entalado. Não bastasse tudo isso, tem ainda as pessoas que falam alto – e sem parar. No Bar VIP, aquele que nosso anti-herói diz “frequentar ocasionalmente todos os dias”, um desses que falam alto ganhou o apelido de Mário Cachoeira. – Como? – Cachoeira. Ele deve ter nascido e se criado ao pé de uma cachoeira, onde todo mundo é obrigado a falar alto. Depois de breve silêncio, o trio encerrou o dedo de prosa. E se mandou de fininho.
ENQUANTO ISSO…