Tempos e tempos atrás, a revista Seleções publicava a seção Enriqueça o Seu Vocabulário, assinada por Aurélio Buarque de Holanda. Na década de 70, na redação do jornal O Estado do Paraná, então na Rua Barão do Rio Branco, 556, o jovem reportariado enriquecia seu vocabulário ao vivo e a cores. Todos os dias, ao chegar ou mesmo durante o trabalho, era brindado, e de inopino, com uma pergunta: o que significava isso ou aquilo?
Uma descontraída porém altamente didática provocação do jornalista Adherbal Fortes de Sá Júnior, já apontado como o melhor texto da imprensa paranaense. Tanto que, por muitos anos, suprema glória, fechava a primeira página do jornal, sob a batuta de Mussa José Assis.
E a brincadeira foi levada depois para a TV Iguaçu, Canal 4, nas Mercês, onde o Adherbal e outros cobras, como Renato Schaitza e Ducastel Nicz, tocavam o recordista de audiência Show de Jornal, bem como o Jornal da Cidade, apresentado por Sale Wolokita.
Algumas das perguntas do Dherba:
– O que é nefelibata?
– O que é apodo?
Afinal, era comum nas redações, em meio ao barulho das máquinas de escrever, alguém, ignorando olimpicamente o Aurélio que repousava sobre uma mesa, erguer a voz em busca de socorro:
– Gás é com Z ou com S?
– S!
– E chinês, com Z ou com S?
– S!
Quanto ao adjetivo nefelibata, trata-se de pessoa que vive nas nuvens, pessoa que busca se esquivar da realidade; ou escritor que despreza os processos simples de narrativa.
Apodo? Substantivo masculino, zombaria, mofa, alcunha, apelido.
E fica aqui o registro, ao mestre – com carinho. Torcendo para que não haja nenhuma correção a fazer.
ENQUANTO ISSO…