Como previsto, o calor tomou conta de Curitiba, que também já foi chamada de Curitiba, a Fria. Nos dois sentidos. A coisa anda tão assustadora com a canícula que até um feliz proprietário de uma mansão com piscinas, ar condicionado e geladeira cheia de cervejas já andou reclamando.
Um outro vizinho do professor Afronsius, no entanto, preferiu colocar na vitrola um bolachão com Allah-lá-ô ô ô ô ô ô, de Haroldo Lobo e Nássara, 1940. Sucesso no carnaval de 1941. E, pior, fica cantando:
– Allah-lá-ô, ô ô ô ô ô ô
Mas que calor, ô ô ô ô ô ô
Atravessamos o deserto do Saara
O sol estava quente
Queimou a nossa cara
Viemos do Egito
E muitas vezes
Nós tivemos que rezar
Allah! Allah! Allah, meu bom Allah!
Mande água pra ioiô
Mande água pra iaiá
Allah! meu bom Allah!
Em busca da sombra perdida
Ainda por conta do desembarque do calor, tem muito curitibano procurando “caminhos alternativos” quando sai dar uma banda com o cachorrinho de estimação. Ou seja: ruas altamente arborizadas. Procede.
Pelo censo de 2010, do IBGE, Curitiba era a quinta grande cidade mais arborizada do país, a partir de análise de municípios de mais de 1 milhão de habitantes. Perdia para Goiânia, Campinas, Belo Horizonte e Porto Alegre. Goiânia apresentava 89,5% de arborização e, Curitiba, 76,4%. E, segundo registro da nossa BBI – Briosa, Brava e Indormida Imprensa -, “as ruas mais bonitas do mundo têm uma fileira de árvores dos dois lados da rua que, por cima, revelam um corredor verde. A arborização, que normalmente é pré-requisito para tornar uma rua bela, é um dos aspectos positivos de Curitiba e das outras quatro cidades brasileiras”.
Hoje, com o boom – ou bummm imobiliário, como preferem alguns –, ainda estaríamos entre as mais arborizadas? A conferir. Na sombra, se possível for.
ENQUANTO ISSO…