Deu na briosa, brava e indormida imprensa: o consumo de energia elétrica no Brasil avançou 10,7 por cento em fevereiro em relação ao mesmo mês do ano passado. Pulou para 34.066 gigawatts-hora (GWh). O consumo industrial liderou a expansão de toda a rede no último mês. Retomou o patamar pré-crise e, importante, o consumo residencial também subiu, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
O indicador de crescimento de 7% no acumulado de 12 meses evidencia que a expansão do consumo “é sustentada e está ligada ao aumento sistemático do número de consumidores, em especial no Nordeste, e ao aumento na posse e no uso de eletrodomésticos, explicado pela expansão da renda, pela maior oferta de crédito e pela mobilidade social (ascensão) verificada nos últimos anos”.
Na base do vagalume
O assunto serviu para alimentar o dedo de prosa diário do professor Afronsius com Natureza Morta, junto à cerca (viva) da mansão da Vila Piroquinha. Beronha – meio luz baixa (“torci desesperadamente pelo Londrina e o Rio Branco, domingo, no Bar VIP”…) – pegou uma beirada.
Mas, sobre energia elétrica, o professor Afronsius lembrou os velhos tempos, quando a situação era precária. Tanto que, na cidade onde morava, vivia-se na dependência da boa vontade do vagalume.
– Era um apaga e acende mefistofélico – contou, frisando que, não raras vezes, ele e a patroa (ou “general comandante-em-chefe”, como prefere dizer, estando longe de casa, é claro) rezavam para que não pifasse a luz na hora da novela. Novela da Rádio Nacional, é claro.
– E volta e meia ficávamos em espera infrutífera, à luz de vela.
Natureza entendeu o drama e contou que, corria na época, uma piada.
– A cidade era atendida não pela Companhia Força e Luz, mas pela Companhia Força e Vela.
Ao ouvir a palavra vela, nosso anti-herói de plantão surpreendeu a dupla ao perguntar o que vinha a ser espalmacete.
– Espalmacete? Um produto que compunha a fórmula para a fabricação de vela.
– É mesmo? Pensei que fosse algum novo tira-gosto… Por falar nisso, como está o nosso estoque de Vodka Bakunin?
ENQUANTO ISSO…
