Tremendo apaixonado por cinema, Natureza Morta quebrou seu exílio voluntário e deixou a mansão da Vila Piroquinha para ver A Invenção de Hugo Cabret. Voltou mais apaixonado ainda. E batendo palmas (mentalmente) para Martin Scorsese, aliás, um de seus diretores preferidos. De priscas eras.
O filme, como se sabe – menos o Beronha, é claro -, foi um dos destaques do Oscar 2012. Fez jus à premiação nas categorias Melhor Fotografia, Melhor Direção de Arte, Edição de Som, Mixagem de Som e Efeitos Visuais.
Como disse o ator e crítico José Wilker, sobre as técnicas em 3D, A Invenção de Hugo Cabret é impecável. Para Wilker, temos, finalmente, o primeiro filme em 3D de verdade. “Os outros foram ensaios”.
Não é de hoje
De volta à mansão da Vila Piroquinha, Natureza repassou a lista de bons filmes de Scorsese: O Touro Indomável, 1980; Taxi Driver, 1976; Os Bons Companheiros, 1990; Depois de Horas, 1985; A Última Valsa, 1978; Os Infiltrados, 2006; Cassino, 1995, A Última Tentação de Cristo, 1988; Alice Não Mora Mais Aqui, 1974; Gangues de Nova York, 2002; O Aviador, 2004; O Rei da Comédia; 1983; Cabo do Medo, 1991; e A Cor do Dinheiro, 1986.
A Invenção de Hugo Cabret é, também, a oportunidade de ver (ou rever) trechos de momentos históricos do cinema mudo. Uma aula dentro do filme. Caso do pistoleiro (Justus D. Barnes) que aponta o revólver para a plateia – e atira. Trata-se da cena final de outro clássico, The Great Train Robbery (O Grande Roubo do Trem), de 1903, dirigido por Edwin S. Porter, que, aliás, tinha sido operador de câmera de Thomas Edison.
A parte da colorização de filmes, feita pacientemente, fotograma por fotograma, remeteu Natureza a O Encouraçado Potemkin, 1925, de Eisenstein. Retrata a rebelião de marinheiros em 1905, na Rússia czarista, um prenúncio da Revolução de 1917. Existe uma cópia em que, vitoriosa a revolta, é hasteada a bandeira. E ela sobe… vermelha.
Como alguns diriam hoje, algo impactante na era dos filmes em preto e branco.
ENQUANTO ISSO…