Dizem, ou diziam, que o mundo é redondo. Mais recentemente, mas não tão recentemente assim, que o mundo era uma bola. Aliás, “Este mundo é uma bola” era o nome de uma coluneta do extinto jornal O Estado do Paraná, que abrigava, graças à agência UPI, as mais variadas notícias e notinha sobre as (diárias) barbeiragens do ser humano – no mundo.
A questão veio à tona por obra e graça do Beronha. Nosso anti-herói de plantão resolveu aderir ao empreendedorismo:
– Não sei o que é, mas que soa bonito, isto soa.
Quem vai aderir?
Sonhos de um empreendedor: criar a Loja do Torcedor – com filiais próximas aos estádios de futebol. Nada de oferta de camisas, calções, decalques plásticos (ainda existem?), chuteiras, posters ou chaveiros com o símbolo do time. Muito menos cópias de um suposto autógrafo de Neymar ou do Paulo Bayer.
– A idéia basilar é oferecer, já que o futebol brasileiro ainda meio confuso, o que realmente virou gênero de primeira necessidade.
Segundo ele, teríamos, assim, galhos de arruda (trazidos da nossa Bahia de todos e nossos santos), velas, rezas (contra o adversário e o juiz) e outras mandingas. Tudo a nosso favor e contra os demais.
Há que se concordar: em tese, pode dar certo.
Aproveitando o embalo, Beronha, ousado depois da virada do Atlético em cima do Galo, abriu o leque. Já pensou, também, em abrir a Casa do Fumo. Agência de venda de passagens e pacotes turísticos.
– Casa do Fumo?
– Casa do Fumo. Fumo pra Disney, fumo pra Salvador, fumo para Bariloche…
Ainda do Beronha:
– Já temos o gancho para o marketing: Faça como nossos clientes. Fumo e vortemo muito bem.
Apesar do entusiasmo, recusou de pronto a sugestão para criar o Mercadinho da Besta.
– Besta não. Olha o respeito.
E não teve jeito, mesmo com a explicação do professor Afronsius e de Natureza Morta de que não se tratava de nada pessoal, mas da arma do século XVI. A besta, que se pronuncia bésta. Também chamada de balestra ou balesta, é uma arma que se parece com uma espingarda – só que, com um arco, lança pequenas flechas.
ENQUANTO ISSO…