Careta era o nome de uma revista. Mas, de careta, só tinha o nome. Até porque, naquela época (1946), careta não era gíria. “Fulano é um careta”, como ainda se diz.
Revista de humor fundada por Jorge Schmidt, começou a circular em 1908 e marcou presença até 1960. Entre seus colaboradores estavam alguns dos melhores chargistas do país, caso de Raul e J. Carlos – este último foi diretor e ilustrador da publicação até 1921.
Ao ouvir 1908 e 1921, Berronha não se conteve. E repetiu a exclamação de uma senhora alemã, vizinha de bairro, quando se refere a coisas do passado:
– Mas isso xá ontem…
Nova era
Em elogiável iniciativa, a Biblioteca Nacional digitalizou todos os números da revista Careta. Uma excelente fonte de consulta. Serviço: para acessar o anuário (1908-1960) é só ir no site da BN e escolher o ano e o número.
No pós-guerra
Com o fim da guerra, o Brasil enfrentava um dos efeitos do conflito mundial. A falta de alimentos e bens de consumo em 46 era muito grave. Havia racionamento de tudo. Ou, como diz hoje Beronha ao abrir a geladeira: “Era uma fartura. Fartava tudo”.
Numa das edições, Careta trouxe uma caricatura de J. Carlos. Uma baita fila de consumidores, ou candidatos a. No meio deles, cartazes com o aviso “Não tem mais”. Uma velhinha pergunta o motivo da fila, já que não havia nada para vender. Um homem explica:
– Qualquer coisa que apareça é exatamente aquilo que nos falta.
Genial, simplesmente genial. Humor nunca nos faltou. Ainda bem.
Aliás, voltando no tempo outra vez, em 1970 o cartunista Ziraldo já dizia:
– O humor é uma forma criativa de analisar criticamente, descobrir e revelar o homem e a vida. O humor é um caminho.
ENQUANTO ISSO…
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