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Essa é imperdível
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Por incrível que pareça, num país onde a ordem é falar mal e descer a lenha em todo mundo e a todo tempo (com ou sem razão) ainda perduram exceções. Pessoas e coisas. Fazem parte de outro nicho, o da unanimidade nos aplausos e elogios.
É o caso da Esquadrilha da Fumaça, que, em 2012, completará 60 anos. Criada oficialmente em 1952, reúne pilotos do Esquadrão de Demonstração Aérea da Força Aérea Brasileira (FAB). Várias apresentações especiais irão ocorrer nos próximos meses.
– Eu faço questão de ver o show outra vez – comemorou Natureza Morta, que, num certo 7 de setembro, anos atrás, acompanhou as evoluções da Esquadrilha nos céus de Brasília.
– Eu também não perdo uma – completou Beronha.

Uma grande história

Com sede na Base Aérea de Pirassununga (SP), o agrupamento foi criado para contribuir na difusão da imagem da Força Aérea junto aos públicos interno e externo.
Em março de 1999, a EF obteve certificado do Guinness Publishing de Londres, a editora responsável pelo registro de todos os recordes mundiais no Guinness Book of Records, o Livro dos Recordes.
– É bom insistir nisso até para ajudar a enxotar o complexo de vira-lata que assola boa parte dos brasileiros – diz o solitário da Vila Piroquinha.
O recorde: no dia 23 de outubro de 1996, dez aeronaves T-27 Tucano voaram em formação, todos de dorso, durante 30 segundos, percorrendo uma distância de 3 mil metros.
– Quem disse que não somos competentes? – provocou novamente Natureza.
Por duas vezes a Esquadrilha já quebrou seu próprio recorde. Em 18 de maio de 2002, nos festejos do cinquentenário de nascimento, voou com 11 aeronaves. Em 29 de outubro de 2006, com 12 aeronaves em formação, todas no dorso.

Um Tucano confiável

O EMB-312 T-27 Tucano substituiu os jatos Cessna T-37. O protótipo voou pela primeira vez em 16 de agosto de 1980. Três anos mais tarde, em setembro de 1983, as primeiras unidades eram entregues à Força Aérea – com a designação T-27 para treinamento e AT-27 para configuração armada – totalizando 133 aeronaves.
Em Pirassununga, os cadetes do 4.° ano praticam manobras nessas aeronaves. O T-27 Tucano inovou o mercado ao introduzir, entre outros dispositivos, assentos ejetáveis. A cabine foi projetada de modo a familiarizar o cadete a outro tipo de aeronave, o caça.
O avião é produzido (sob licença) na Inglaterra pela Shorts Brothers, com o nome de Shorts Tucano, e também pela AOL de Kadar, no Egito. E é exportado para outros países.
Tem Tucano (do bom) nas forças aéreas da Argentina (30), Colômbia (14), Egito (54), França (50), Honduras (12), Irã (25), Iraque (80), Paraguai (6), Peru (30), e Venezuela (31).
Natureza, novamente:
– Ah, é bom destacar que o fabricante é a Embraer…
Formada por pilotos altamente treinados, a Esquadrilha realiza, em média, 100 demonstrações ao ano. Já são mais de 3.400 shows no Brasil e no exterior.
O público vai ao delírio ao acompanhar uma série de 55 acrobacias de alta performance, entre elas loopings e Tounneaux. Que os digam os espectadores também da Alemanha, Argentina, Bolívia, Canadá, Chile, Colômbia, Egito, Equador, Estados Unidos, França, Guatemala, Guiana, Honduras, Inglaterra, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, República Dominicana, Suriname, Uruguai e Venezuela.
O agrupamento surgiu de uma iniciativa de instrutores da antiga Escola de Aeronáutica, com sede no Rio. Nas horas de folga, eles treinavam acrobacias em grupo para incentivar os cadetes a confiar no taco e na segurança das aeronaves.

Fumaceiros legais

Para melhor visualização das acrobacias, a EF, em 1953, acrescentou-se aos NA T-6 um tanque de óleo especial para a produção de fumaça. Daí a origem do nome. As primeiras letras formadas compunham a sigla FAB – nos céus de Copacabana.

ENQUANTO ISSO…


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