Página virada? É o que se anuncia quanto às arbitragens no futebol brasileiro, onde o juiz, invariavelmente, é o alvo preferencial da fúria da torcida. Quando as infrações, por supuesto, são assinaladas contra o time do destemperado torcedor. A reação:
– Ladrão!
– Gaveteiro!
– Facínora!
– Juiz da suburbana!
Mas, eis que vem aí o árbitro de vídeo. Certamente, muita gente vai fazer cara feia, já que o esquema é calcado no futebol americano e outros esportes da nobreza:
– Coisa de colonizado! – alguns irão reclamar.
AV de olho no lance
Em Londres, a CBF apresentou seu projeto de árbitro de vídeo (AV) à IFAB (International Football Association Board), órgão responsável pela regulamentação do futebol. Segundo a BBII – Briosa, Brava e Indormida Imprensa – os testes poderão ser iniciados já no Campeonato Brasileiro deste ano.
O projeto define que, em cada partida, haverá um árbitro responsável por assistir à partida por um televisor e detectar possíveis “erros técnicos ou disciplinares claros e indiscutíveis” nos seguintes tipos de lance, quando for o caso:
– Dúvida se a bola entrou no gol ou não.
– Saída da bola pela linha de meta, quando na mesma jogada ou contexto for marcado gol ou pênalti.
– Definição do local de tiro livre direto, ocorrido nos limites da grande área, para definir se houve ou não penalidade máxima.
– Gols e pênaltis marcados, possibilitados e evitados em razão de erro em lances de faltas claras e indiscutíveis, mas não vistas ou marcadas de modo claramente equivocado.
– Impedimento por interferência no jogo, caso na mesma jogada haja gol ou pênalti.
– Jogo brusco grave (agressão física indiscutível) não visto ou mal assinalado pela arbitragem.
E por aí vai.
Quando o novo esquema começar a ser aplicado pra valer, o folclore do futebol vai perder um personagem. Sua senhoria, o árbitro.
ENQUANTO ISSO…