De fato. Viver é perigoso. Em todos os sentidos.
Natureza Morta chegou assustado para o dedo de prosa junto à cerca (viva) da mansão da Vila Piroquinha.
– Escapei de um atentado… No centro da cidade e no meio-fio.
Explicou: ao passar por alguns trabalhadores que aparavam a grama (a que ainda resiste às investidas do pessoal que faz questão de pisar na grama), quase virou alvo. De uma pedrada. Um cortador de grama topou com uma pedra, que foi expelida com toda a força. Ainda bem que havia o grupo de apoio, estendendo a rede de proteção, que interrompeu a trajetória do projétil.
– Caso contrário…
O “atentado”
Sobre incidentes com cortadores de grama, professor Afronsius lembrou um episódio ocorrido em Brasília, que virou manchete nacional, lá pelos anos 1970.
A turma estava aparando os gramados da Esplanada dos Ministérios sem a cortina de proteção. A lâmina giratória que corta e tritura a grama atingiu um pequeno objeto de metal. Lançado a distância, atingiu o janelão de um dos ministérios, fazendo um orifício.
A segurança foi acionada. O furo parecia de bala e aí correu o boato de atentado por parte de um franco-atirador, boato que, aliás, daria mais motivos para aumentar a repressão.
– Como a censura era prática mais do que comum na época, até hoje não se sabe se exatamente se era um parafuso ou a arruela de um parafuso. Mas, até baixar a poeira, os poderosos de plantão encastelados em Brasília viveram dias de tensão.
Respeite a grama
Professor Afronsius aproveitou para contar que o tal cortador de grama movido com correia foi inventado em 1859, pelo engenheiro inglês Edwin Beard Budding. Era para manter aparada a grama dos campos esportivos e dos jardins dos ricos.
– Não imaginava que iria dar um baita susto em Brasília e quase levar a nocaute o nosso prezado amigo Natureza, que, aliás, é um dos poucos que seguem à risca o aviso “não pise na grama”.
ENQUANTO ISSO…