Assistindo, lendo e aprendendo. Fã de cinema, mas não apenas pelo que se vê na tela ou se publica sobre as famosidades que pipocam diariamente, professor Afronsius não perde a coluna Calçada da memória, de José Geraldo Couto, na Carta Capital.
– Vejam só. Lendo sobre a atriz Lena Horne, a “diva negra que o cinema não soube merecer”, fiquei sabendo que a cantora, dançarina e atriz (1917-2010) enfrentou uma barra pesadíssima: o racismo, machismo e o conservadorismo político para se tornar uma das grandes artistas de sua época.
Uma luta constante
Diante do interesse de Natureza Morta e Beronha, professor Afronsius voltou a José Geraldo Couto: bisneta de escravos, mestiça de índio, branco e negro, Lena Horne nasceu no Brooklyn, Nova Iorque, numa família classe média. Apesar dos percalços, começando pelos familiares, aos 16 anos já estava no coro do célebre Cotton Club. No cinema, estreou aos 21 anos, em The Duke Is Tops, e ganhou destaque em Uma Cabana no Céu (Vincente Minnelli e Busby Berkeley), 1943.
Ainda da coluna do Couto:
– Quando era coadjuvante, o contrato de Lena Horne com a MGM permitia que suas cenas fossem cortadas em exibições no sul racista. Do mesmo modo, muitos dos hotéis onde ela fazia shows não a aceitavam como hóspede. Nos anos 1950, entrou na lista negra de Hollywood por suas posições antiestablishment.
Certa feita, Lena, cuja canção favorita era Stormy Weather, chegou a afirmar que “toda a minha luta foi para conseguir me apresentar para meu próprio povo”.
ENQUANTO ISSO…