Embora adepto da cerveja, a notícia chamou a atenção do professor Afronsius: mais de mil vinhos da adega da residência oficial do presidente francês estão a caminho do quem dá mais, em Paris, segundo a casa de leilões Drouot.
Comentário do Beronha:
– Que chique!
Prosseguindo. Objetivo: arrecadar 250 mil euros (R$ 659 mil) para bancar uma reforma do Palácio do Eliseu. As 1.200 garrafas correspondem a 10% da adega do palácio. Os valores estimados dos vinhos (principalmente Borgonha e Bordeaux) vão de 15 euros (R$ 39) a 2.200 euros (R$ 5.806) – neste caso, um Petrus 1990.
Em março, aliás, o governo britânico deixou a fleuma de lado e anunciou a venda de alguns de seus vinhos franceses Vintage como parte de uma tentativa de racionalização dos gastos…
– É, a crise tá um porre – comentou Natureza Morta.
– Vão-se os anéis – agora na vã tentativa de garantir os dedos e as mãos.
O caso do “a conta é minha”
Sobre vinhos, aliás, Natureza preferiu trocar de cenário por conta de um episódio que lhe contado pelo amigo Júlio Lançoni, competente funcionário de um (ótimo) restaurante em Curitiba, mais precisamente na Manoel Eufrásio, Juvevê.
Beronha de novo:
– A gente vai lá e paga a conta. Nada de picadinho relations…
Voltando ao fio da meada. A cena: chegam três amigos para jantar. Pedem a comida e um deles, fazendo de conta que ia ao banheiro, aporta ao balcão da gerência e determina, solene, imperativo:
– A conta é minha.
Volta à mesa e constata que um dos convivas decidira tomar vinho. E já tinha feito o pedido:
– Brunello. Uma garrafa.
Pedido anotado, o outro, que assumira o compromisso de pagar a conta do lauto (ou opíparo) jantar, decidiu saber o preço do Brunello. Só por curiosidade.
– R$ 480.
– Hein?
Despistadamente, na medida do possível, agora alegando que ia fumar lá fora, voltou à banqueta da gerência:
– A conta não é mais minha…
Mais minha, isso mesmo.
Júlio, em mais uma de suas providenciais intervenções, fez o meio-campo para livrar o anfitrião da saia justa, sugerindo outro vinho, de qualidade, mas bem mais em conta.
Fim de festa, todos alegretes, o total da despesa bateu em R$ 420.
– Menos do que o preço de um Brunello. E olha que a turma entornou quatro garrafas.
Beronha, nosso anti-herói de plantão, desta vez pedindo a palavra:
– Nada como ter um amigo atrás e à frente do balcão. Em determinadas horas, o bom garçom encarna anjo da guarda.
ENQUANTO ISSO…