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Haja noite…
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Embora tenha prometido o contrário, Natureza Morta voltou a passar os olhos sobre o noticiário da briosa, brava e indormida imprensa. Mas, antes de voltar atrás (e renovar a promessa), ficou matutando sobre algumas coisas que quase leu, posto que não costuma ir além dos títulos.
– É o suficiente para arrepiar os cabelos. Horripilante.

Demônios à solta

Mais calmo, recorreu aos baús e caixotes do crescente anexo da biblioteca da mansão da Vila Piroquinha. À procura de um especialista em coisas incomuns, aterradoras, para não dizer inimagináveis. Mas que insistem em ocorrer.
E localizou “Kolchak e os Demônios da Noite” (Kolchak: The Night Stalker). Aquele mesmo, da série de televisão exibida por volta de 1974/1975.
Como Beronha não nasceu ontem nem anteontem, mas, pelo que parece, teria sido na madrugada de hoje, o solitário da Vila Piroquinha viu-se obrigado a explicar do que se tratava.

Repórter além da imaginação

O seriado americano trazia histórias de um repórter, Carl Kolchak (Darren McGavin), obcecado por casos misteriosos.
A série teve dois filmes pilotos: The Night Stalker (1972) e The Night Strangler (1973).
Como nosso anti-herói de plantão só domina um inglês que classifica de bostoniano (“mas não de Boston, longe disso”), pediu mais e mais detalhes:
– Em português. De preferência sem legenda.
Em suas incursões, Kolchak topa com o sobrenatural, começando por um serial killer
– Você quis dizer cereal killer… – interrompe Beronha.
– Não, não. Serial mesmo. Kolchak acaba descobrindo que se trata de um vampiro de nome Janos Skorzeny.
Foram 20 episódios inesquecíveis, inclusive pelo humor negro.
As reportagens não saíam publicadas. Ninguém, começando pelos colegas, acreditava nelas. Absurdo, pura invenção.
Hoje, pelo contrário. Até porque pouco se apura e quase nada se prova ou comprova.
Natureza recorreu então ao livro “Os Jornalistas”, de Honoré de Balzac, página 164:
– Para o jornalista, tudo que é provável é verdadeiro.

ENQUANTO ISSO…


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