Embora tido, havido e até execrado como um resmungão, permanentemente bronqueado, professor Afronsius diz que não se abala.
– Me abalaria se fosse à bala…
Tanto assim é que, nos fins de semana veste garbosamente uma camiseta que veio de longe. Ganhou de presente de um amigo. Alguém que esteve na Disney e fez questão de trazer uma lembrancinha para o vizinho de cerca (viva) da mansão da Vila Piroquinha. E, para compartimentar tanta rabugice, comprou o maior número possível.
– Big. XXXL. Disney – Made in Honduras.
Na frente, o desenho: Zangado, cenho cerrado, braços cruzados e, é claro, em imagens olhando para frente e para os lados. E o recado: “All GRUMPY – ALL THE TIME”.
– É uma maneira, silenciosa, talvez desconcertante, de demonstrar meu incorrigível bom humor – justifica-se professor Afronsius.
A última do Amigo da Onça
Péricles de Andrade Maranhão, ou simplesmente Péricles, nasceu em Recife em 1924. Aos 17, seguiu para o Rio. Trabalhou para as revistas O Guri, com o personagem Oliveira, o Trapalhão, e A Cigarra (Cenas Cariocas, com Oliveira e Miriato, o Gostosão). O grande sucesso veio com O Amigo da Onça, que desenhou de 1943 até 1961 na revista O Cruzeiro.
Era a página mais lida de todas e, invariavelmente, ia parar em quadros, expostos em barbearias, bares e residências.
1961, último dia do ano. Péricles dá cabo à vida. Fechado em seu apartamento, abriu o gás e aprontou a última.
Tinha deixado um aviso na porta:
– Não fume. Gás.
O Amigo da Onça – “criação imortal de Péricles” – continuou, no entanto, desenhado por outros profissionais, como Carlos Estevão, até 1972. Sempre criando as mais embaraçosas situações.
ENQUANTO ISSO…
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