Embora longe de se enquadrar no tal padrão Fifa, Beronha, aderindo à moda das subcelebridades, que tudo fazem e até pagam para aparecer (“no meu tempo a sugestão era pendurar uma melancia no pescoço ao sair para a rua”), engatilhou alguns comentários. Para impressionar.
Vai daí que, peito estufado e o bolso também (papéis com anotações, a velha cola do grupo escolar), chegou para o dedo de prosa junto à cerca (viva) da mansão da Vila Piroquinha. E soltou o verbo.
– Volenti nihil difficile.
Diante do espanto de Natureza Morta e do professor Afronsius, cheio de si, explicou, após sacar uma das colas:
– Nada é difícil a quem quer. Ou, querer é poder.
Satisfeito com o resultado, foi em frente:
– Abusus non tollit usum. O abuso não impede o uso.
Professor Afronsius concordou.
– Ab absurdo…
– Como disse?
– Partindo do absurdo… Latim. Abyssus abyssum invocat. Um abismo chama outro abismo…
– Concordo. Ab initio. Desde o começo. Chi va piano va sano. Quem anda devagar vai sem perigo. Epa! Lapsus linguae – Erro de língua. Essa é em italiano. Eu pinsare na bulla…
Professor Afronsius ataca de Cícero:
– Dubitando ad veritatem pervenimus. Duvidando chegamos à verdade.
– Io non so littere. Não sou letradado. Xi! Italiano de novo!
– Volenti nihil difficile. Nada é difícil a quem quer; ou, querer é poder.
– Concordo ab initio. Pecuniae obediunt omnia. Todas as coisas obedecem ao dinheiro. Causa turpis. Causa torpe.
Acabou entregando os pontos, porém:
– Estou fazendo um curso de latim chamado A Toque de Caixa. Pela internet, é claro. Curso a distância, belê, mas a pecunia, o dinariu, é pesado… Vazei.
– Bona fortuna. Ou, como diriam os romanos, res secundae.
* No meio dos copos; a beber.
ENQUANTO ISSO…