Dedo de prosa um tanto quanto morto, posto que, em plena segunda-feira, pensar o quê? Aí, professor Afronsius comentou com Natureza Morta e Beronha uma nota que saiu na rubrica Almanaque, da Revista de História da Biblioteca Nacional deste mês, com o título “Jânio contra o vácuo”:
– O ex-presidente Jânio Quadros (1917-1992) ficou conhecido por sua passagem relâmpago na Presidência da República quanto por seus ditos espirituosos. Tinha sempre uma boa resposta na manga, sem demora. Muitas foram realmente registradas, outras acabaram atribuídas ao folclore em torno de Jânio. Em 1960, durante um debate presidencial, interrompeu um adversário que respondia uma questão sobre programa de governo. O candidato interrompido disse ao político sul-mato-grossense que este poderia falar à vontade, já que o que dizia entrava por um ouvido e saía por outro.
Jânio, sem pestanejar, teria devolvido:
– Mentira! O som não se propaga no vácuo!
Ainda Jânio, segundo o João
Aproveitando a deixa, Natureza recorreu a uma passagem do livro João Saldanha – Uma vida em jogo, de André Iki Siqueira, Companhia Editora Nacional, 2007. A passagem de Saldanha em Curitiba.
– No Ginásio Paranaense, os irmãos Saldanha fizeram muitas amizades. Entre elas, na turma de Aristides, um menino muito estranho: Jânio da Silva Quadros. No recreio, os meninos pegavam no pé de Jânio, debochando de suas pernas e de seus olhos. Em 1986, João participaria do programa televisivo Advogado do Diabo, apresentado pela voz grave e metálica de Oswaldo Sargentelli. Surge uma pergunta sobre Jânio, e João dá um depoimento surpreendente:
– Eles o apelidaram de Passarinho, porque tinha o olho pra trás. Era o mais brilhante aluno da escola. É um homem que ninguém conhece. Eu o conheci muito bem – era um homem de esquerda. Está sendo jogado às feras. Um dos maiores estadistas brasileiros.
Beronha:
– Jânio, não sei, mas o João Sem Medo, esse sim, era atleticano.
ENQUANTO ISSO…
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