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Dia desses, o Bar VIP da Vila Piroquinha virou estúdio de cinema. Um grupo, devidamente autorizado pela gerência, fazia uma tomada para um filme. Um curta. O que impressionou foi o equipamento, tudo digital.
Observador da cena, Natureza Morta voltou aos velhos tempos, das câmeras Mitchell e Arriflex. Diferença brutal. As de hoje assemelham-se às facilmente manobráveis máquinas fotográficas, enquanto a Mitchell pesava pra burro e a Arriflex, bem mais leve, permitia a prática defendida por Glauber Rocha:
– Câmera na mão e uma ideia na cabeça.
Era o (glorioso e revolucionário) Cinema Novo.

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Só a sala não mudou (ainda)

Enquanto era preparada a ainda tradicional claquete para o take, Natureza voltou a matutar: e a projeção, o quanto mudou? Professor Afronsius deve saber. De fato. Segundo ele, o uso da película fotográfica para a produção de filmes já era. Ou já foi.
– O cinema digital chegou e vai das tomadas à projeção, é claro. A sala de cinema continua a mesma, mas as imagens (e o som) ficam gravadas em disco, graça a um código binário, para a projeção. O disco é lido por um computador e “traduzido” para imagens de alta definição. O espectador praticamente não nota muita diferença.

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Tarantino, cena final?

Natureza recorreu às declarações de Quentin Tarantino, a propósito de Django, seu último trabalho (nos dois sentidos?), a festa do Oscar e o novo cinema.
– Estou pensando em me aposentar. Não entrei nessa indústria para fazer tevê em tela grande. Deixei de lado certos prazeres da vida para fazer cinema e só cinema. Não me casei, não tive filhos, pensei, respirei e transpirei cinema e estou feliz com o resultado, pois o cinema vale o sacrifício. Mas, se for para filmar em digital, pode escrever que depois de Django vou casar, ter filhos e ficar em casa. E só – finalizou.
The end. Aliás, o the end ainda faz parte do cinema?
– Ainda bem que perdura a magia do cinema. Mudo, sonoro, em celuloide ou digital.
– Desde que não inventem agora a projeção com luzes acesas – interveio Beronha, temendo pelo fim do escurinho do cinema.

ENQUANTO ISSO…