Conta um amigo de Natureza Morta que, antigamente, quando o Carnaval curitibano tinha a cobertura “ao vivo” apenas das emissoras de rádio, ele acelerava o passo para chegar em casa, colocar uma roupa bem velha e acompanhar a transmissão.
– Roupa velha?
– Para rolar de rir pelo chão com o que diziam os locutores. Na época, os badalados speakers. Saía cada uma…
Ziquita na área
O solitário da Vila Piroquinha concordou que se ouvia muita coisa que não fazia o menor sentido. Certa vez, em um jogo na velha Baixada, Ziquita, ele mesmo, o dos 4 gols, quase marcou o quinto. Colado no radinho de pilha, aquele torcedor que gosta de ver e confirmar ouvindo o que testemunha, quase rolou escadaria abaixo na Curva da Laranja: – A bola passou raspando! Faltou pouco, muito pouco! Desviou na última fração de segundo, talvez efeito de uma lufada de vento, senão… senão… senão seria mogango!!! – Mogango? – É. E tem locutor até hoje que gosta de desconcertar a gente.
Novos tempos
Ao se declarar um seguidor dos Blogs do Além, de Vitor Knijnik, o professor Afronsius não deixou de surpreender Natureza Morta:
– Aderiste à internet?
– Não, continuo mantendo uma distância prudente. Leio Knijnik na versão papel, na CartaCapital.
Isto posto, o vizinho de cerca (viva) da mansão da Vila Piroquinha disse ter apreciado muito a última postagem – ou impressão -, na qual o personagem é Fidípides, falando sobre os Jogos Olímpicos, é claro.
– Quem? Disputou qual modalidade na London 2012? – interveio Beronha, que acabara de chegar para o dedo de prosa.
Pelo bloqueio eficiente
Sobre ele, o Fidípides, professor Afronsius passou a palavra ao próprio: “Venci e tirei o último lugar na primeira maratona da história. Inspirei a maior prova de resistência do atletismo: aguentar a crônica esportiva não especializada durante as Olimpíadas”. Depois, sobre os atletas que não obtiveram o êxito esperado e foram massacrados pela torcida por intermédio das redes sociais, Fidípides faz uma sugestão para a Olimpíada no Rio, em 2016: o bloqueio da internet e o sinal de celular na vila olímpica, a fim de poupar os atletas. E, ao finalizar, faz um apelo: “Mas, por favor, procurem uma tecnologia diferente daquelas empregadas para isolar os presídios de Bangu I, II e III”. Fica a sugestão. Devidamente endossada.
ENQUANTO ISSO…
