Uma coisa leva a outra. De fato. Dias atrás, dentro do tubo, à espera do vermelhão, um cabôco se dirige a outro e, inquisitivo, quer saber: você é o Francis?
– Francis? Não. Nem o Paulo nem o Gary Powers…
Mais tarde, o inquirido ficou matutando com seus botões: será que alguém ainda lembra quem foi Francis Gary Powers?
Difícil – embora quase tenha sido o estopim da III guerra mundial. Ele e o U-2. No dia 1.º de maio de 1960, foi abatido durante um voo de espionagem sobre a União Soviética.
Capitão da Força Aérea, onde ingressou em 1950, debutou em operações reais na guerra da Coreia e, por supuesto, acabou recrutado pela CIA.
E, como viver é perigoso, morreria em um acidente de helicóptero em agosto de 1977, quando voava com um modelo Bell 206 Jet Ranger. A causa: falta de combustível. A queda ocorreu nas proximidades de Encino, Los Angeles, Califórnia. Mas, com perícia, conseguiu desviar de um parque onde havia crianças.
Quanto ao secretíssimo U-2, a KGB já sabia das suas missões desde 1956, mas não dispunha de contramedidas eficazes – isso até 1960. Powers partiu de uma base de Peshawar, Paquistão, e foi abatido por mísseis S-75 Dvina, sobre Sverdlovsk. Acabou capturado, sem condições de ativar o mecanismo de autodestruição do aparelho antes de acionar seu paraquedas.
A princípio, a Casa Branca alegou que se tratava de um avião meteorológico que, sem querer, tinha se desviado do percurso. O piloto enfrentava (ou enfrentaria) “dificuldades com o seu equipamento de oxigênio”. Assim, ignorava que o aparelho estava quase totalmente intacto. Os soviéticos recolheram os equipamentos. Powers foi interrogado durante meses até fazer uma confissão e assinar um pedido de desculpas por sua participação no esquemão de espionagem.
Em 1962, novamente um U-2 em ação. E tiraria as fotos que marcaram a crise dos mísseis soviéticos em Cuba.
ENQUANTO ISSO…
Quem é Frei Chico, o irmão comunista de Lula citado no escândalo do INSS
Prisão de Collor aponta ambiguidade do STF após desmonte da operação Lava Jato
STF forma maioria para condenar mulher que pichou estátua com batom a 14 anos de prisão
Voto vencido, Fux refutou teses de Moraes em julgamento de Débora Rodrigues