No jogo da vida

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Coisas que acontecem, quase de tocaia. E, sem querer, professor Afronsius topou com uma promoção de um shopping de Curitiba:

– Entre no clima!

Reação imediata:

– Tá difícil. Entrar no clima curitibano? Quando saio de guarda-chuva, tomo um solaço pela cara. Quando esqueço o dito cujo, tomo chuva.

Outra, ainda do professor Afronsius. Depois de comprar na banquinha da esquina uma revista de história, abordando o holocausto e “tudo sobre o genocídio que dizimou 6 milhões de judeus”, tratou, como de costume, de conferir o nome da editora. Alto Astral.

E por aí vai, ou foi. Fez sua fezinha na Mega-Sena e (“vai que numa dessas dá certo”) entrou num Bolão da Caixa.

De volta ao lar, ao mexer em seus velhos livros, eis que se depara com o volume 17 – ficção estrangeira – da saudosa BUP – Biblioteca Universal Popular, da, igualmente de boas lembranças, Editora Civilização Brasileira. O livro, de 1963 :

–  Loser Takes All, ou, na tradução de Brenno Silveira, Quem Perde Ganha, Graham Greene.

Do próprio autor, justificando o trabalho:

– Este relato não foi escrito com o propósito de encorajar o adultério, o uso do robe de chambre ou casamentos no registro civil. Tampouco pretende ser contra o jogo de azar.

Quem perde ganha?

Quem lê, ganha sempre.

ENQUANTO ISSO…