Admirável mundo novo. O professor Afronsius aproximou-se da cerca (viva) da mansão da Vila Piroquinha com uma dúvida atroz. É que, lendo uma bela revista de turismo, editada na igualmente bela Florianópolis, sobre a também bela Santa Catarina, topou no expediente com uma palavra que, conforme confessou a Natureza Morta, nunca tinha visto: turismóloga.
Deduziu que se trata de um profissional do turismo.
O solitário da Vila Piroquinha concordou: neologismos a todo vapor. “Afinal, como já disseram, as palavras são seres vivos, e viver é perigoso”, arriscou.
– Para impressionar, depois do histórico carteiraço não surgiu o crachá? E, hoje, chefão não é chamado de CEO?
Com todo o respeito
Beronha, que acabava de chegar, assinou em baixo. E informou que já tinha criado uma profissão para ele. Cansado de ser apontado como cozido, aquele que já chega no grau e sai do Bar VIP com o pé redondo, agora exige que seja considerado, com todas as honras, um pinguçomólogo.
Natureza concordou. E até deu outra sugestão:
– Que tal embromólogo? Especialista em embromação.
Pegadinhas beronhísticas
Dessa vez o nosso anti-herói de plantão pegou de jeito Natureza e o professor Afronsius no teste das palavras. Chegou fulminando:
– O que é ebúrneo?
Diante da perplexidade da dupla, fez pose e deu a reposta:
– Ebúrneo: do latim eburneu, adj – de marfim, ou o que lembra marfim.
Bateu em retirada. Logo depois, o silêncio da esquina foi quebrado e deu para ouvir:
– Incultos!
ENQUANTO ISSO…
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